Em declarações à Lusa por telefone após o discurso de vitória de Macron, hoje eleito Presidente com cerca de 65% dos votos, o diplomata considerou que a França está hoje “mais do que nunca presente na Europa”.
“De certa maneira, é uma forma de regresso a uma França mais ativa, que traz uma mensagem de renovação da Europa”, disse Casa.
O embaixador recordou que Macron reconhece que a União Europeia pode ser melhorada e defende que é possível tornar a Zona Euro mais eficaz.
“É a posição do Governo português e é a posição de Macron. São domínios em que tenho a certeza que o novo Presidente francês e o Governo português poderão ser mais aliados do que nunca na Europa. Desejamos uma Europa mais ativa e Macron vai incarnar isso”, afirmou o embaixador.
Jean-Michel Casa sublinhou que os dois governos já tinham boas relações, em particular desde que o executivo socialista de António Costa assumiu funções – o Presidente francês foi nos últimos cinco anos o socialista François Hollande -, mas mostrou-se confiante de que as relações poderão ser ainda melhores.
“Talvez pela juventude [de Macron], pelo seu dinamismo, pela sua vontade de mudança, pelo seu compromisso europeu muito forte, Macron poderá mudar a situação. Nesse terreno, talvez a relação na Europa entre a França e Portugal possa melhorar. Já é boa, mas será sem dúvida melhor”, afirmou.
Nas suas declarações à Lusa, o embaixador manifestou também um “sentimento de satisfação e um sentimento de alívio” com os resultados das eleições de hoje, em que a candidata de extrema direita e anti-União Europeia, Marine Le Pen, foi derrotada por Macron.
“Enquanto democrata, estou feliz pela vitória. Também sou muito pró-europeu, sempre fui, por isso estou particularmente feliz por ser um Presidente favorável à construção europeia, mas também à sua reforma, ao seu aprofundamento, à sua melhoria” a ser eleito.
“É um resultado extremamente claro, [a vitória] dos ideais republicanos contra as tentações extremistas”, acrescentou.
O centrista Emmanuel Macron foi eleito Presidente de França com um intervalo entre 65,5 a 66,1% dos votos, segundo as primeiras projeções divulgadas após o fecho das urna da segunda volta do escrutínio.
As estimativas atribuem a Marine Le Pen (extrema-direita) uma votação entre 33,9% e 34,5%.
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