O projeto, segundo informação disponível no seu ‘site’ oficial, é “um movimento nacional, materializado em plataforma digital, onde artistas podem lançar ideias e recolher investimento para a sua fase de conceção e desenvolvimento, e onde empresas e entidades, públicas e privadas, podem lançar desafios e receber propostas artísticas, escolhendo as que pretendem remunerar já”.
De acordo com informação divulgada hoje pelo Portugal #EntraEmCena, em comunicado, este movimento “representa, no seu lançamento, um investimento de mais de um milhão de euros, em projetos até aos 20 mil euros cada”.
Na semana passada, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, tinha dito à Lusa que o Governo iria apoiar a criação de uma “plataforma inédita” para que empresas e entidades públicas e privadas façam um “investimento direto e imediato” em projetos artísticos.
“O projeto surge em resposta ao momento particularmente frágil dos artistas que viram as suas fontes de rendimento canceladas ou adiadas, resulta de várias parcerias e entidades patrocinadoras, e está integrado no programa OutSystems COVID-19 Community Response da tecnológica portuguesa OutSystems que, ao disponibilizar a sua plataforma ‘low-code’, permitiu a criação de um ‘marketplace’ digital, onde artistas podem lançar ideias e obter investimento para a fase de conceção e desenvolvimento das mesmas”, lê-se no comunicado.
Já as empresas privadas e públicas usam a plataforma para “encontrarem talento e ideias propostas por artistas, assim como lançar desafios ao desenvolvimento de novos projetos artísticos, escolhendo aquelas em que pretendem investir já”.
“Tendo uma plataforma digital de base espera-se que este garanta a ponte entre as entidades e os artistas, permitindo que o investimento nos artistas e técnicos do setor da cultura seja realizado em projetos que podem acontecer, para já, a partir de casa, e mais tarde no pós epidemia ou mesmo em 2021”, lê-se no comunicado.
O objetivo da criação do movimento Portugal #EntraEmCena é “que a cultura portuguesa não seja também uma vítima do coronavírus, garantindo a identidade e sustentabilidade cultural do país”.
Num comunicado hoje divulgado pelo Ministério da Cultura, Graça Fonseca recorda que “em Portugal os artistas foram os primeiros a parar” e que à primeira recomendação da Direção-Geral da Saúde “toda (ou quase toda) a atividade artística e cultural foi cancelada”, mas que, apesar disso, “continuaram a criar para o seu público”.
“Entraram em nossa casa e ofereceram-nos a sua arte. E nós aplaudimos, mesmo não estando juntos. E nós agradecemos porque nos ajudaram a sentir menos sozinhos, menos perdidos, menos desligados da nossa história comum, da nossa cultura. Agora chegou a nossa vez de lhes retribuir o que têm feito por nós. De reconhecer que a vida precisa de arte, mais do que nunca. Assim nasce o projeto ‘Portugal Entra em Cena’”, refere a ministra.
No ‘site’ fica a saber-se que “já entraram em cena” empresas e entidades como a Caixa Geral de Depósitos, grupo Ageas Portugal, a Fundação EDP, o Centro Cultural de Belém, os Teatros Nacionais D. Maria II e São João, a Sagres, a Renova, a Fidelidade, a Galp e a Viúva Lamego, entre muitas outras.
“Todas as transações são contratualizadas e processadas diretamente entre as partes, e não através da plataforma Portugal #EntraEmCena”, lê-se no ‘site’.
Nas últimas semanas, dezenas de espetáculos de música, teatro, dança, mas também festivais e digressões nacionais foram adiadas e, em alguns casos, canceladas, por causa das medidas restritivas, e, mais tarde, pela declaração de estado de emergência, para impedir a propagação da pandemia da covid-19.
No sábado, entrou em vigor o decreto-lei que “estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia da doença covid-19 no âmbito cultural e artístico, em especial quanto aos espetáculos não realizados”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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