Miguel Duarte foi hoje recebido no parlamento, em Lisboa, pela líder do BE, Catarina Martins, e pelo deputado bloquista José Manuel Pureza, tendo explicado aos jornalistas, no final, que a motivação do trabalho que a ONG fez no Mar Mediterrâneo "era salvar vidas humanas, impedir que as pessoas morressem afogadas".
Questionado pelos jornalistas se já tinha recebido algum contacto do Governo português, o jovem respondeu apenas: "Não, ainda não tive nenhum contacto".
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português garantiu todo o apoio a Miguel Duarte, sublinhando que é preciso ter noção de que as suas ações "são inspiradas por razões humanitárias".
"Ninguém no coletivo que organizou esta campanha esperava tanta solidariedade por parte de tanta gente. Já houve milhares de pessoas a garantir o seu apoio, ajudar e a manifestar-se publicamente do nosso lado. E isso é espetacular para nós", respondeu, assumindo que não estava à espera da repercussão desta campanha.
Na segunda-feira, a 26 dias do prazo final, a campanha lançada pela plataforma HuBB - Humans Before Borders que pretendia angariar 10 mil euros para apoiar a defesa do estudante português, tinha angariado até às 15:30 de hoje 25.240 euros doados por 1.389 apoiantes, através da página de financiamento colaborativo PPL, duplicando assim o objetivo que tinha estabelecido.
"Vim basicamente explicar-lhes um bocadinho do nosso trabalho, do que é que fazíamos no Mediterrâneo e que basicamente a nossa motivação era salvar vidas humanas, impedir que as pessoas morressem afogadas como, na verdade, qualquer Estado devia garantir que se faz. Todo esse trabalho foi feito sempre em coordenação com instituições do Governo italiano.
Miguel Duarte explicou que ele e mais nove ex-tripulantes do Iuventa, um navio pertencente à organização não-governamental (ONG) alemã de resgate humanitário no Mediterrâneo, foram constituídos arguidos e estão sob investigação em Itália por suspeita de ajuda à imigração ilegal.
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