“[Após vários dias de] operações de busca e salvamento, podemos dizer que encerramos a primeira fase, aquela que oferece a possibilidade de encontrar pessoas vivas. Continuamos a ter esperança, mas, como técnicos que trabalham no terreno, podemos dizer que a esperança de encontrar pessoas vivas está a diminuir”, indicou o coronel Roger Khouri, chefe do regimento de engenheiros militares, durante uma conferência de imprensa.
Ainda hoje, na abertura da videoconferência internacional de doadores, o Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu “agir com rapidez e eficácia” para que a ajuda “vá muito diretamente” para a população libanesa.
O chefe de Estado também pediu às autoridades libanesas para “agirem para que o país não se afunde e para responderem às aspirações que o povo libanês exprime com legitimidade nas ruas de Beirute, neste momento. Todos juntos temos o dever de fazer tudo para que a violência e o caos não prevaleçam”.
“Porém, hoje, quem tem interesse nesta divisão e caos são os poderosos que querem, de alguma forma, mal ao povo libanês”, acrescentou o Presidente, sem citar nomes, a partir da sua residência de Brégançon, em Borme-les-Mimosas (Var, sul de França), na videoconferência coorganizada em poucos dias pela ONU e França e que reúne cerca de 15 dirigentes.
Macron insistiu que a “oferta de ajuda também inclui o apoio a uma investigação imparcial, confiável e independente das causas da catástrofe”.
“É um pedido forte e legítimo do povo libanês. É uma questão de confiança. Os meios estão disponíveis e devem ser mobilizados”, disse.
Porém, nem o Presidente libanês, nem o líder do movimento xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, querem estrangeiros a participar na investigação, alegando a soberania do Líbano para gerir os seus assuntos.
Durante a visita à capital do Líbano, o Presidente francês prometeu que o dinheiro não iria para a “corrupção” e, segundo uma fonte diplomática, citada pela AFP, que a ajuda vai ser concentrada nas necessidades de alimentos e infraestruturas.
Entre os dirigentes está o Presidente norte-americano, Donald Trump, que justificou a participação por querer estar “ao lado de Beirute e do povo libanês” que “lamenta os seus mortos, exprime a sua raiva e quer levantar a cabeça” após a explosão que danificou parte da capital libanesa na terça-feira.
Na videoconferência, além do Presidente do Líbano e anfitrião, Michel Aoun, estão o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, os primeiros-ministros de Espanha, Pedro Sánchez, de Itália, Giuseppe Conte, e o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.
Na terça-feira, um incêndio num armazém onde 2.700 toneladas de nitrato de amónio estiveram armazenadas durante seis anos, no porto de Beirute, causou duas explosões que provocaram 158 mortos, cerca de 6.000 feridos, e dezenas de desaparecidos e centenas de milhares de desabrigados, segundo o último relatório divulgado pelas autoridades.
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