Depois de pouco mais de um ano marcado por dramas inesperados e uma série sem precedentes de escândalos de todo tipo, para a ex-secretária de Estado e o polémico bilionário chegou a hora da verdade e o momento de colocar todas as cartas sobre a mesa.
O mais recente episódio da longa campanha aconteceu no domingo, quando o FBI informou o Congresso que não pretendia apresentar acusações formais contra Clinton pelo interminável escândalo provocado pelos seus e-mails quando era secretária de Estado.
O anúncio do FBI foi uma tentativa de apagar, pelo menos parcialmente, o incêndio provocado há apenas uma semana pela mesma instituição, quando o diretor da polícia federal americana, James Comey, revelou que estava a investigar novas mensagens relacionados a Hillary Clinton, mas que não estavam incluídas na investigação anterior concluída em julho.
"Nós ficamos felizes por este assunto ter sido resolvido", disse a jornalista Jennifer Palmieri, diretora de comunicação da campanha de Hillary, pouco após ser conhecida a decisão da polícia federal americana.
Na média das sondagens, esta segunda-feira, Hillary leva 2 pontos de vantagem sobre Trump (44.6% contra 42.4%).
O anúncio da semana passada caiu como uma bomba sobre a campanha de Hillary, já que obrigou a candidata a passar vários dias a dar explicações sobre o escândalo, que parecia já coisa do passado.
Pouco depois do anúncio do FBI, a democrata esteve num comício no domingo em Cleveland, Ohio, mas não fez qualquer referência ao caso nem ao fim da nova polémica.
Fim em grande para a campanha
Em Cleveland, Hillary Clinton foi apresentada em palco pela estrela do basquete LeBron James. Num comício em Manchester, New Hampshire, a ex-secretária de Estado contou com as presenças do cantor James Taylor e de Khizr Khan, pai de um soldado americano morto em combate em 2004 no Iraque e que já tinha feito um discurso muito emotivo na convenção nacional do Partido Democrata, em junho.
Nesta segunda-feira, Hillary Clinton planeia um grande encerramento de campanha.
No comício ela terá as participações dos músicos Bruce Springteen e Bon Jovi. Mas o melhor está reservado para a noite, quando vai reunir no mesmo palco o seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, o atual presidente Barack Obama e sua popular esposa Michelle.
Trump também teve uma agenda movimentada nas últimas horas, que incluiu um discurso em Minnesota durante o qual criticou a classe política em geral e afirmou que Hillary Clinton enfrentaria "investigações por muito, muito tempo".
"A apenas dois dias do fim da campanha toda a gente preferiria estar na posição de Clinton do que na de Trump, mas não é uma posição extraordinariamente segura"
O republicano informou que tinha conhecimento da carta enviada por Comey no domingo aos congressistas, mas fez um alerta aos seus eleitores: "Devem entender que este é um sistema repleto de armadilhas e que ela [Clinton] está protegida".
Medir o impacto que o fim da polémica sobre os e-mails de Hillary Clinton pode ter sobre a campanha é quase impossível, mas as pesquisas divulgadas no último fim de semana mostraram a democrata à frente de Trump com uma vantagem pequena.
Uma sondagem do canal NBC e do Wall Street Journal divulgada neste domingo mostra Clinton com uma vantagem de 44% a 40%.
O especialista em pesquisas Nate Silver, do site FiveThirtyEight, destacou que "se tem apenas 44% das intenções de voto, isto significa que, de alguma forma, está vulnerável na maioria das regiões que ainda estão indefinidas".
Em resumo, afirmou no domingo, "a apenas dois dias do fim da campanha toda a gente preferiria estar na posição de Clinton do que na de Trump, mas não é uma posição extraordinariamente segura".
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