"Até final de março, eu apresentarei ao partido e tornarei público aquela que é a minha posição sobre as eleições presidenciais, sobre se vou avançar ou não para as eleições presidenciais em janeiro de 2026", afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas antes de uma visita ao Instituto Politécnico de Leiria, no final das jornadas parlamentares do partido, que foram focadas no tema da corrupção.
"Se avançar, direi até ao final de março. É uma decisão que ainda não tomei também", disse.
O presidente do Chega indicou que, se decidir avançar, contará "com o apoio do partido".
André Ventura foi candidato presidencial em 2021, tendo ficado em terceiro lugar, atrás de Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes. De acordo com os dados da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o presidente do Chega obteve 11,90% dos votos (496.773 votos).
Aos jornalistas, o líder do Chega disse que ainda não está decidido se o partido apresentará “um candidato próprio” ou se apoiará alguém que se apresente às presidenciais, lembrando que ainda ninguém avançou oficialmente, dando como exemplos Passos Coelho, Gouveia e Melo e Santana Lopes.
Imagine que eu era candidato presidencial e teria de ir a uma segunda volta com o almirante Gouveia e Melo. Era um candidato mais difícil que outros? Era, evidentemente. Se for com o doutor Pedro Passos Coelho? Mais difícil ainda. É evidente que há situações que nos geram maior dificuldade, isso não quer dizer que nós apoiemos um ou outro por serem um bocadinho fora do sistema político por si próprio, porém, o estarem libertos do sistema político, para nós, é um bom critério”, indicou.
André Ventura disse ter uma “boa opinião” do chefe do Estado-Maior da Armada e também de Passos Coelho, admitindo que " gostar muito de Pedro Santana Lopes, mas isso “não quer dizer que o partido leve a um apoio presidencial”.”
Questionado sobre o que lhe agrada em Gouveia e Melo, elencou: “A independência que tem mostrado em relação ao sistema político, a firmeza que tem mostrado, o apreço que parece ter pela noção de pátria, pela noção de nação, pelos símbolos nacionais, pelas instituições do país, como as Forças Armadas, a Justiça, tudo isso são bons sinais. Agora, são bons sinais que têm que ser alargados dentro de um quadro político mais vasto”.
Já com o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o presidente do Chega disse que falou com ele “há poucos dias” sobre as jornadas parlamentares, mas não quis revelar mais pormenores da conversa.
“Quem não quiser o apoio do Chega não contará com ele, porque o Chega não vende nem cede nas suas questões fundamentais”, respondeu, quando questionado sobre a possibilidade de o partido apoiar o almirante Gouveia e Melo.
Ventura afirmou que “quem mostrar divergências” quanto a temas como “combate à corrupção, combate à imigração ilegal, combate ao conluio entre os interesses do sistema político e os interesses do sistema económico”, “não poderá” ser o candidato do Chega.
“Mas eu também penso que todas as pessoas de quem falamos são razoáveis e compreendem que, se têm posições diferentes, também terão que ter um eleitorado diferente. Não podem querer ter uma posição diferente, mas ter o eleitorado do Chega”, considerou.
André Ventura indicou que “o Chega não deixará passar as eleições presidenciais do início de 2026 em claro”, mas “não é ainda o calendário”, a mais de um ano desta disputa, afirmando estar focado nas autárquicas de 2025 e numas eventuais eleições na Madeira.
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