“É mais um sinal de que ser liberal é assumir as responsabilidades e aí, nesse cenário, o que estamos a ver é um Governo, em que não são os intervenientes diretos no escândalo que surge a assumir a responsabilidade política pelo sucedido. E assumir responsabilidade significa ser consequente e pedir a demissão”, afirmou o candidato liberal à Presidência da República, que tem destacado a Holanda como um bom exemplo, nomeadamente na questão da Saúde.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, confirmou hoje a sua demissão e a de todos os ministros do executivo, na sequência de um escândalo relacionado com abonos de família e a acusação indevida de milhares de pessoas de fraude.
Na opinião do candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), “manter a podridão de desconfiança e da falta de autoridade e da desresponsabilização isso seria uma via pior”.
“O que o Governo Holandês fez assumir a responsabilidade de um escândalo”, afirmou, defendendo que, “nestas circunstâncias deve ser devolvido ao cidadão a palavra porque há um problema de autoridade e há um de responsabilização que não pode morrer solteira”.
“Em Portugal não há esses exemplos e já vimos vastos casos em que tal poderia ter ocorrido, sendo que o último, como toda a gente já percebeu é o caso da Ministra da Justiça e da nomeação do procurador europeu”, afirmou.
Questionado se a ministra Francisca Van Dunem devia ser sido demitida, Mayan disse “não ter dúvidas nenhumas que sim”.
“E se isto se prolonga no tempo e se temos um primeiro-ministro que dá cobertura a uma situação destas então temos um problema de autoridade não só da ministra mas cada mais do próprio Governo”, sustentou.
Neste sexto dia de campanha e o primeiro do novo confinamento , Tiago Mayan participa apenas num programa de entretenimento numa estação de televisão e num encontro ‘online’ com estudantes.
Durante a manhã, numa publicação no Twitter, afirmou não se rever no “tom e estilo” de campanha de “baixo nível” a que tem assistido e que na sua opinião já tinha sido tentado em alguns debates entre candidatos.
“Tudo farei para que o populismo e o extremismo sucumbam à moderação e à boa educação e para que o ódio e o ressentimento sejam derrotados pela construção de soluções positivas para a vida dos portugueses”, acrescentou, sem fazer referência direta a André Ventura, que tem distribuído insultos por alguns adversários na corrida eleitoral do dia 24 de janeiro,.
Mais tarde, questionado pelos jornalistas sobre o assunto o candidato acrescentou que, nesta campanha, quer ser “combativo”, mas não quer “ser agressivo”.
“Quero ser uma lufada de ar fresco nesta campanha, não quero ser explosivo e eu quero trazer o calor da discussão, mas um calor solar que toque na face, não quero trazer o inverno da estagnação das últimas décadas e também não quero trazer o calor da terra queimada a esta campanha”, salientou.
E continuou: “Independentemente de me tremer a voz e de ter ou não batom, eu quero é poder expressar as minhas ideias e as minhas palavras e isso é que importa para mim”.
André Ventura atacou alguns dos seus adversários políticos num discurso no quarto dia de campanha eleitoral, referindo-se a Ana Gomes como “contrabandista”, a João Ferreira como tendo “ar de operário beto de Cascais”, a Jerónimo de Sousa como parecendo um “avô bêbedo” e comentando ainda o “batom vermelho” de Marisa Matias, “como se fosse uma coisa de brincar”.
Em consequência, um movimento de apoio à candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda está a surgir nas redes sociais e, no Twitter, são já muitos são os que aderiram ao movimento #VermelhoemBelem, publicando fotografias com os lábios pintados de vermelho.
“Hoje já não tive de por batom de cieiro, o dia já aqueceu um bocadinho”, brincou Tiago Mayan, quando questionado sobre o movimento.
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