O confinamento generalizado que começou hoje não impediu Vitorino Silva de, mesmo a partir de casa, na freguesia de Rans, concelho de Penafiel (Porto), ‘viajar virtualmente’ até Vila Real para participar no “IV Fórum Valorização do Interior: Chavão ou Ação?”, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
“Tenho pena de estar em casa, mas o Governo mandou o povo para casa”, começou por referir o candidato autodenominado como o “candidato mais povo” entre os setes pretendentes a Belém.
Vitorino Silva socorreu-se dos tempos da escola para criticar o que considerou ser uma falta de interesse crónica dos sucessivos governos pelo interior do país.
“Estou a olhar para o canto do computador e estou a ver o meu colega de carteira, o Pedro Couto, que no 7.º ano era o meu colega de carteira. Quando acabei o 9.º ano conheci Trás-os-Montes (…). Troquei a escola por Trás-os-Montes”, relembrou o candidato popularmente conhecido como “Tino de Rans”.
O “primeiro caminho” que fez, prosseguiu o candidato, foi naquela região, que foi esquecida pelos políticos “do Terreiro do Paço”. E, mais uma vez, recorreu a uma alegoria.
“Às vezes os políticos querem que o interior pare no tempo. E querem que o interior pare no tempo porquê? Porque não querem um país nivelado, um país que possa ver o mar, todos os portugueses, ao mesmo. Há muita gente em Trás-os-Montes que nunca viu o mar porque o litoral tapa as vistas”, defendeu.
Vitorino Silva referiu de seguida que uma vez foi trabalhar, como calceteiro, para uma aldeia perto de Mogadouro, no distrito de Bragança, que “não tinha uma bola” para as crianças poderem chutar “e desgastarem o musgo” de quatro pedras que serviriam para delimitar as balizas de um campo improvisado.
O candidato sublinhou que a freguesia onde vive “tem 200 crianças, na creche, no infantário e na primária”, mas, “infelizmente, há concelhos” de Trás-os-Montes “que não têm 200 crianças”.
O que “faz falta” a esta região são “crianças atrás de uma bola”.
Para resolver este problema, o candidato exortou para a necessidade de fixar famílias e jovens casais nesta região, para que “as quatro pedras não ganhem musgo”.
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