Miguel Díaz-Canel foi recebido em ambiente de festa na Sociedade de Instrução e Beneficência ‘A Voz do Operário’, em Lisboa, no ato de solidariedade “Juntos por Cuba”, subscrito por várias associações, movimentos, sindicatos e pelo Partido Comunista Português (PCP).
Depois de vários momentos musicais, nos quais se ouviram músicas de intervenção portuguesas bem como canções cubanas, e perante uma plateia cheia com largas centenas de pessoas, Miguel Díaz-Canel agradeceu várias vezes a solidariedade portuguesa com o país.
“Conhecemos e agradecemos profundamente a vossa posição contra o bloqueio dos EUA e contra a inaceitável inclusão do nosso país na arbitrária lista de estados patrocinadores do terrorismo”, defendeu o chefe de Estado cubano, que criticou duramente o executivo norte-americano, “que se crê dono do mundo”.
Se alguém devia estar nessa lista, continuou o Presidente, “é o Governo dos Estados Unidos”.
“Vocês sabem bem que Cuba não patrocina o terrorismo, sabe-o o mundo. Cuba foi vítima de ações terroristas perpetradas, respaldadas, observadas com o olhar cúmplice do Governo dos Estados Unidos”, frisou.
Miguel Díaz-Canel lembrou que está a realizar uma visita de Estado “em resposta a um convite do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa” com quem tem “partilhado uma intensa jornada de trabalho, produtiva”, enaltecendo os laços históricos que unem os dois países.
Momentos antes do discurso do Presidente de Cuba, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou que a solidariedade manifestada perante Cuba “será sempre pouca face à solidariedade que o povo cubano e que o Estado cubano dá aos povos de todo o mundo”.
Raimundo considerou que Cuba é “um exemplo de resistência, de determinação, de luta pela sua soberania contra um bloqueio criminoso dos EUA”.
O líder comunista lembrou ainda os tempos da pandemia covid-19 e apontou que quando Itália estava no pico de casos “foi de Havana que foi um avião com médicos, enfermeiros, com pessoal auxiliar para ajudar naquela tragédia”.
Sobre a contratação de médicos cubanos em Portugal, Raimundo disse apenas que é uma medida pontual “que não dispensa a opção de fundo: formar médicos, criar as condições para que mais médicos se formem em Portugal e, acima de tudo, que se fixem no Serviço Nacional de Saúde”.
Questionado sobre as críticas que a Iniciativa Liberal dirigiu ao Presidente de Cuba e sobre facto de o partido não ter estado presente na receção ao chefe de Estado no parlamento, Raimundo começou por dizer que “são as opções de cada um”.
“Sobre as críticas não quero fazer nenhum comentário sem ser que fiquei sem perceber se era o departamento de Estado norte-americano a falar ou se era a IL, fiquei assim um bocadinho baralhado”, ironizou.
Durante a tarde, entre atuações e intervenções, as pessoas presentes na Voz do Operário entoaram várias vezes “Cuba sim, bloqueio não” ou “Cuba vencerá”, com pequenas bandeiras de Cuba espalhadas pela plateia.
Na primeira fila, ao lado de Paulo Raimundo, estiveram a assistir o antigo secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa e a secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP Intersindical), Isabel Camarinha.
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