“Julgamos que 25% seria uma boa subvenção que nos permitiria iniciar um processo de transição justo com maior confiança, sabendo que temos parceiros que levam a sério a implementação do compromisso que assumiram particularmente para atender ao aspeto das perdas e danos”, referiu Cyril Ramaphosa.
O chefe de Estado sul-africano, que falava num encontro com jornalistas sul-africanos, em Londres, no final de uma visita de Estado ao Reino Unido, defendeu que “deve haver compensação por perdas e danos” da parte dos países “ricos”.
“Sempre dissemos que os países mais industrializados foram e têm sido os maiores poluidores e aqueles que prejudicaram o clima muito mais do que os países de economias em desenvolvimento, por exemplo, a África é apenas responsável por 1% e a nossa abordagem é essa”, afirmou.
“O poluidor deve pagar”, vincou o Presidente da República da África do Sul, considerada a economia mais industrializada no continente africano.
Ramaphosa recordou que “as economias mais desenvolvidas devem cumprir o compromisso que assumiram no passado”, referindo-se ao acordo climático mundial assinado na capital francesa, Paris, em 2015, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP).
“A COP de Paris é um exemplo em que eles prometeram 100 mil milhões de dólares [96,6 mil milhões de euros] por ano, que nunca cumpriram e também admitem isso”, salientou.
“Agora estão a fechar acordos para uma transição energética justa com vários países e o nosso acordo foi um acordo comercial e, ao analisarmos esse acordo, descobrimos que a componente de subvenção do que colocam na mesa, como disse, ascende a 2,7%”, referiu.
O Presidente sul-africano avançou que gostaria “que essa parte da subvenção fosse elevada” e houve “discussões com um dos países europeus e eles estão preparados para aumentar para 25% do que propõem”.
Nesse sentido, Ramaphosa referiu ainda que a proposta dos países ricos abrange igualmente “empréstimos de concessão com taxas de juros muito boas e baixas e que seriam alargados por um período” que a economia sul-africana “pode pagar e absorver”.
A África do Sul, que é considerada o maior produtor de eletricidade no continente, que provém 80% do carvão, importa também 75% da produção total da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), em Moçambique, sendo um dos principais poluentes da atmosfera do planeta a nível mundial.
A central de energia elétrica Witbank Power Station, que começou a operar em maio de 1926, foi a primeira central a carvão na África do Sul desde a fundação da Escom em 1923 (que mudou de nome para Eskom em 1987), segundo a companhia elétrica estatal sul-africana.
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