De acordo com uma imagem publicada em várias redes sociais, a vítima terá sido decapitada e a cabeça colocada no tejadilho de um carro. Contudo, vários sites de notícias, incluindo o La Jornada, próximo do governo, e o Reforma, muito crítico em relação ao governo atual, não referiram nada sobre este aspeto.
O homicídio ocorreu cinco dias depois da posse da presidente mexicana, a primeira mulher no cargo. Na segunda-feira, menos de uma semana após o início da sua presidência, Claudia Sheinbaum confirmou as informações de que o líder da cidade tinha sido assassinado no dia anterior e referiu aos jornalistas que "estão a decorrer todas as investigações necessárias".
Entretanto, Sheinbaum vai apresentar o plano de segurança para o país após o sucedido. A presidente mexicana prometeu continuar a chamada política de segurança "abraços, não balas" do seu antecessor e mentor, o nacionalista Andrés Manuel López Obrador, de 70 anos, durante o seu mandato de seis anos.
O assassinato do presidente da câmara ocorreu depois de dois aliados próximos terem sido mortos a tiro nos primeiros dias da sua curta administração. Um secretário, Francisco Tapia, foi morto a tiro a 3 de outubro, enquanto Ulises Hernández Martínez, um antigo comandante das forças especiais da polícia que era apontado como chefe de segurança de Arcos Catalán, foi crivado de balas na véspera da tomada de posse do presidente da câmara.
Cidadãos chocados partilharam imagens de uma entrevista com o presidente da câmara antes da sua morte, na qual este dizia que desejava ser recordado como um campeão da paz e da felicidade. "Vivi aqui toda a minha vida... e é aqui que quero morrer — mas quero morrer a lutar pela minha cidade", disse Arcos Catalán.
O assassinato está a provocar raiva e repulsa no México, com Alejandro Moreno, presidente do partido de Arcos Catalán, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), a denunciar o que chamou de grotesco “ato de terror”.
Ricardo Anaya, senador da oposição, lamentou a situação “arrepiante” da segurança no México, onde mais de 450.000 pessoas foram mortas desde que o presidente Felipe Calderón lançou a sua condenada “guerra” contra os cartéis de drogas em 2006.
“O facto de terem decapitado o presidente da câmara de uma cidade tão importante deveria fazer-nos estremecer. É absolutamente inaceitável e precisamos de fazer alguma coisa para que isto deixe de acontecer”, disse.
Por sua vez, a governadora Evelyn Salgado, do Movimento para a Regeneração Nacional (Morena, esquerda), no poder, acrescentou que o homicídio "deixa de luto e indignada toda a sociedade de Guerrero".
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