“Se não houver solução para o IP3, eu tenho o meu problema político resolvido. Eu não estaria cá mais. Toda a gente sabe isso e até me custava muito arrastar pessoas comigo. Não têm nenhuma possibilidade, têm mesmo de fazer o IP3”, avisou.
Aos jornalistas, Fernando Ruas, eleito pelo Partido Social Democrata (PSD), disse que “se este Governo lá estiver, tem mesmo de fazer o IP3, com a ligação entre Viseu e Coimbra em quatro vias, que é o que importa, chamem-lhe depois o que quiserem”.
“Este Governo vai ter de apresentar e não pode ser para muito tarde. Tem de apresentar rapidamente esta solução e o compromisso. Como tem de apresentar muito rapidamente sobre aa barragem de Fagilde”, exigiu Fernando Ruas.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou em 29 de agosto, em Viseu, após uma reunião com o autarca, a construção de uma nova barragem em Fagilde, a 100 metros a jusante da atual, num investimento superior a 30 milhões de euros (ME).
Na altura, prometeu “muito em breve” voltar a Viseu, com a direção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, para apresentar “mais detalhes técnicos, o calendário e custo de execução” da nova barragem, o que acontecerá, disse hoje Fernando Ruas, em 09 de dezembro.
Questionado sobre um prazo do Governo para anunciar a requalificação que pretende para o IP3, Fernando Ruas lembrou que anunciará a decisão de candidatura no primeiro trimestre de 2025.
“Se não houver essa afirmação, não estarei cá. Essa é uma condição para ser candidato [à Câmara de Viseu em 2025]. Tem de ser anunciado e com prazos. Têm de me dar essa garantia”, reforçou minutos depois de ter assumido que estava “aflito” com a decisão.
“Até eu ando aflito com isso. Aflito em termos de decisão daquilo que será a minha vida futura”, assumiu aos jornalistas, depois de enumerar um conjunto de obras programadas para a entrada norte da cidade de Viseu.
Após a apresentação das obras, Fernando Ruas disse que se forem todas feitas “é uma revolução” e o município de Viseu “nunca teve tanto investimento” e, isso, “preocupa” a oposição e o próprio presidente.
“A mim preocupa-me que me deixe tão agarrado a isto que me tire a independência de poder dizer, em qualquer altura, está na hora de me ir embora. Até a mim me tira o sono. Não me estou a comprometer com coisa nenhuma, mas é só para dizer que, felizmente, esta comunidade tem projetos em carteira como nunca teve”, disse.
Fernando Ruas admitiu que já não está “em idade de vender sonhos, mas toda a gente gosta de ver os seus projetos a nascerem” e admitiu que, caso não seja o próprio na presidência, que fosse alguém do seu partido.
“Gostava que fosse a melhor pessoa, mas não tenho nenhuma preferência. Estou disponível para estar com a pessoa mais competente para fazer isto, mas tenho a minha posição no ponto zero”, reagiu.
Fernando Ruas liderou o Município de Viseu durante 24 anos, entre 1989 e 2013, altura em que saiu por ter atingido o limite de mandatos.
António Almeida Henriques foi eleito em 2013, também pelo PSD, e ficou à frente dos destinos do município durante quase dois mandatos, até abril de 2021, quando morreu na sequência de complicações provocadas pela covid-19.
A vice-presidente da altura, Conceição Azevedo, assumiu a presidência até às eleições, em setembro de 2021, escrutínio ganho por Fernando Ruas, que venceu frente ao opositor do Partido Socialista (PS), João Azevedo.
João Azevedo, que conquistou o maior resultado de sempre do PS no Município de Viseu, ao conseguir quatro dos nove assentos municipais, assumiu desde o dia da derrota que é novamente candidato.
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