"Estou perturbado com o facto de assistência humanitária, como comida, medicina e água enviada pela Cáritas ou outras organizações às vezes ser bloqueada de entrar em alguns territórios ou de ser inclusivamente atacada", disse Luis Antonio Tagle, durante a conferência de imprensa da peregrinação internacional de maio, a que o cardeal de Manila preside.
Enquanto não é permitida "a ajuda humanitária chegar a seres humanos, as armas podem entrar livremente em diferentes países. Como é que coisas que podem causar a morte podem entrar livremente? Não consigo entender isso", frisou o presidente da Cáritas Internacional.
Luis Antonio Tagle salientou ainda que, na visita à congénere portuguesa, encontrou migrantes do Brasil, Venezuela, Iraque e Egipto que descobriram em Portugal uma casa.
"Uma das pessoas não parava de agradecer aos portugueses por lhe dar esperança", relatou, referindo que estes lhe contaram que não eram vistos como estrangeiros, mas "como irmãos e irmãs".
"Quando nos esquecemos, não vemos vizinhos nos outros. Quando não nos lembramos, as memórias enchem-se de medo e o medo recusa-nos a ver irmãos e irmãs nos outros", referiu.
Para Luis Antonio Tagle, é fundamental a sociedade ver "as pessoas como seres humanos e não como objetos".
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