Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência da República, o chefe de Estado considera que havia nos versos e nas anotações diarísticas da poetisa, que morreu na segunda-feira aos 64 anos, “uma dimensão de divertimento e um subtexto de desamparo que a tornaram única na sua geração e em qualquer geração”.

“Desde os primeiros livros, na década de 1980, que Adília Lopes estendeu o conceito do poético na poesia portuguesa contemporânea, jogando, de forma lúdica ou sofrida, com o trivial, o confessional, o falsamente inocente, o humorístico, o desarmante e até o perverso, não deixando de manter uma mundividência mais benevolente do que céptica, e jamais cínica”, salienta Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República considera também que a autora “teve uma vida tão intensa quanto discreta”.

“E o seu aparente prosaísmo deu-nos uma visão alternativa do que é a poesia”, acrescenta.

A poetisa Adília Lopes, autora de "Caras Baratas", morreu na segunda-feira, em Lisboa, aos 64 anos, disse à agência Lusa fonte da editora Assírio & Alvim.

Adília Lopes, pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, nasceu em Lisboa em 1960. Este ano cumpriu 40 anos de vida literária, desde que se revelou na primeira edição do "Anuário de Poetas não Publicados" da Assírio & Alvim, em 1984.

A sua obra inclui títulos como "O Poeta de Pondichéry", "Manhã", "Bandolim", "Estar em Casa", "Dias e Dias" e "Choupos".

Este ano reuniu a sua obra em "Dobra" (2024), numa edição com poemas inéditos.