No início de outubro, o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Marcos, disse à Lusa que os trabalhadores do BCP querem receber, ainda este ano, o valor dos cortes nos salários que sofreram durante três anos.
Questionado sobre o assunto, à margem da conferência “O Futuro do Dinheiro”, organizada pelo Dinheiro Vivo, TSF e EY, Miguel Maya afirmou: “Foi um compromisso [assumido] após ter sido eleito CEO [presidente executivo]”.
O responsável disse que assumiu esse compromisso não só porque já tinha sido feito pela administração anterior, mas também porque considera que “é um compromisso justo”.
Por isso, “logo que tenha condições para o poder fazer vamos cumprir aquilo que está acordado”, garantiu.
Mas primeiro, é preciso “sustentabilidade, […] temos de pôr o banco na rota da rentabilidade” e depois cumprir, acrescentou.
Relativamente aos dividendos, o gestor recordou que o BCP teve “uma década difícil”, pelo que logo que a instituição tenha condições vai começar a remunerar os seus acionistas.
Entre meados de 2014 e meados 2017, os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tiveram os salários cortados (entre 3% e 11%), no âmbito da reestruturação do banco acordada com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal (de 3.000 milhões de euros) e que implicou também o fecho de balcões e a saída de milhares de trabalhadores num programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.
O fim dos cortes salariais acabou em julho de 2017, tendo então o banco dito que os cortes, que duraram três anos, permitiram salvar 400 postos de trabalho.
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