Em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) que decorreu na sede do CDS-PP, o presidente dos centristas disse que “sem excluir um cenário de coligação pré-eleitoral, o CDS está a fazer o seu caminho autónomo e a preparar-se para se afirmar nas urnas”.

“A vocação de um partido como o CDS é estar sempre preparado para, em listas próprias, se bater em eleições, mas nós achamos que está em aberto um cenário pré-eleitoral de coligações e, no caso do doutor Rui Rio, ele já tinha adiantando que ia propor isso mesmo numa reunião de comissão política nacional do seu partido”, disse Francisco Rodrigues dos Santos.

Numa reunião da Comissão Política Nacional do PSD a maioria dos seus membros manifestou preferência por os sociais-democratas concorreram sozinhos, mas o tema não chegou a ir a votos, e, esta semana à Rádio Renascença, Rio prometeu levar novamente à direção a proposta de um acordo pré-eleitoral com os democratas-cristãos.

Questionado sobre a sua vontade enquanto presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que o cenário de coligação apresenta “algumas vantagens” e “obedece a um princípio de coerência” que o CDS-PP tem firmado com o PSD.

Destas vantagens, o líder dos centristas destaca a coligação feita na região autónoma dos Açores que “terminou com uma hegemonia de 22 anos” do PS e os resultados das eleições autárquicas, onde a coligação com o PSD “duplicou as câmaras” que governam em conjunto.

Francisco Rodrigues dos Santos disse ainda que uma eventual coligação “tem um efeito psicológico nos eleitores de centro-direita” e pode “esvaziar a ascensão dos partidos emergentes”.

Apesar de a coligação pré-eleitoral ter de ser aprovada em Conselho Nacional, segundo os estatutos do CDS-PP, e de as listas para as eleições legislativas terem de ser entregues até dia 20 de dezembro, Francisco Rodrigues dos Santos destacou que “não será por falta de tempo que o cenário de coligação pré-eleitoral não acabará por acontecer”.

“Será rápido, na medida em que as regras do CDS permitem alguma agilidade no processo de convocação dos órgãos internos. Se o conselho nacional for convocado com caráter de urgência, não obedece a um prazo mínimo de convocatória, logo temos alguma flexibilidade”, disse.

A escolha do local por onde o presidente do CDS-PP será candidato também ainda não está decidida, processo que será feito “em conjunto com as estruturas do partido”.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do "chumbo" do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.

O Orçamento teve apenas o voto favorável do PS e os votos contra das bancadas do PCP, BE e PEV, além dos deputados da direita, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega. O PAN e as duas deputadas não inscritas abstiveram-se.

A perda do apoio parlamentar no Orçamento do Estado de 2022 foi um dos motivos invocados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.

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