O antigo ministro da Informação na fase final do regime de Slobodan Milosevic, quando se formou um governo de “união nacional” face à eminência dos ataques da NATO em 1999 devido à “crise do Kosovo”, tornou-se num convicto europeísta e poderá ser eleito à primeira volta com mais de 50% dos votos expressos, como sugerem algumas sondagens.
Entre os dez rivais que confrontam Vucic, destacam-se o ex-chefe da diplomacia, Vuk Jeremic, apoiado por setores nacionalistas moderados, o Provedor do Povo Sasa Jankovic, popular entre as elites urbanas e intelectuais, e o ultranacionalista e seu antigo mentor político, Vojislav Seselj, líder do Partido Radical Sérvio (SRS).
A surpresa eleitoral pode surgir de Luka Maksimovic “Beli”, um estudante de comunicação de 25 anos, que está a mobilizar o eleitorado jovem, geralmente alheado dos processos eleitorais. Algumas sondagens colocam-no na segunda posição, admitindo-se que possa forçar Vucic a uma segunda volta.
Em 2012 o atual primeiro-ministro assumiu a liderança do SNS — uma cisão do Partido Radical consumada em 2008 –, e tornou-o o partido mais votado nas legislativas desse ano, ocupando o cargo de vice-primeiro-ministro num governo de coligação.
Após as eleições de 2014, onde o SNS garantiu uma vitória categórica, foi nomeado primeiro-ministro e anunciou reformas económicas “difíceis e dolorosas”, confirmando as suas convicções “neoliberais”.
Reeleito em 2016 num escrutínio antecipado, iniciou as negociações de adesão da Sérvia à União Europeia (UE), com o objetivo de concluir o processo até ao final desta década.
Apoios de Bruxelas e Washington, uma boa relação com a Rússia, orçamento de Estado e finanças públicas estáveis e controlados, por um lado, e por outro desrespeito por diversas regras do estado de Direito e um controlo quase absoluto dos ‘media’, surgem como os esteios da política de Vucic.
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