No decurso de um debate televisivo no âmbito das legislativas de 24 de setembro, a chanceler conservadora Angela Merkel e o líder social-democrata Martin Schulz defenderam a interrupção das negociações com a Turquia.
“O fim dessas discussões seria um erro estratégico que apenas poderia trazer benefícios para [o Presidente turco Recep Tayyip] Erdogan”, reagiu hoje o primeiro-ministro da Grécia, ao sublinhar que o seu vizinho turco é uma importante potência regional.
No entanto, Alexis Tsipras apelou a Ancara para respeitar o direito internacional e terminar com as provocações.
As relações entre a Alemanha e a Turquia atravessam um período de crise, em particular após o fracassado golpe militar de julho de 2016 na Turquia, atribuído por Ancara ao predicador muçulmano Fethullah Gülen, que tem negado qualquer envolvimento.
A Alemanha denuncia as purgas desencadeadas pelo poder turco e a detenção de cidadãos alemães, alguns com dupla nacionalidade germano-turca, por “motivos políticos”, incluindo Deniz Yücel, correspondente do jornal Die Welt na Turquia.
Ancara acusa Berlim de laxismo face à rede de Fethullah Gülen e à guerrilha curda do PKK, dois alvos prioritários do Governo islamita-conservador, no poder desde 2002.
A proposta de Merkel de interromper as negociações de adesão com a Turquia foi recebida por um “não” suave pela maioria dos 27 parceiros da UE.
Estas discussões, desencadeadas em 2005, estão atualmente bloqueadas. No entanto, a maioria dos países europeus não arrisca de momento propor uma suspensão formal, por recear a rutura definitiva de uma parceria decisiva sobre a questão migratória e no combate às formações ‘jihadistas’ radicais.
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