O Presidente, Pedro Pablo Kuczynski; o antigo chefe de Estado Alam García; a atual primeira-ministra, Mercedes Aráoz, e a líder do partido fujimorista Força Popular, Keiko Fujimori, defenderam hoje a sua inocência perante as acusações, que também envolvem os ex-Presidentes Alejandro Toledo e Ollanta Humala e a antiga autarca de Lima, Susana Villarán.
O antigo diretor da empresa no Perú, Jorge Barata, afirmou que a Odebrecht entregou 300 mil dólares (245 mil euros) para financiar a campanha de 2011 de Kuczinsky.
“Nunca recebi qualquer doação do senhor Barata para as minhas campanhas presidenciais”, disse Kuczinski, na rede social Twitter.
O Presidente comprometeu-se a receber a 16 de março a comissão parlamentar que investiga o capítulo peruano do caso Lava Jato, o maior caso de corrupção do Brasil, para ser interrogado como testemunha, depois de os congressistas terem ameaçado que o investigariam se não comparecesse à sexta chamada que lhe fizeram.
Perante a comissão, deverá responder sobre as consultorias que a sua empresa, Westfield Capital, fez à Odebrecht entre 2004 e 2007, quando era ministro do executivo então liderado por Toledo, faturando 782 mil dólares (641 mil euros).
Por sua parte, o ex-Presidente Alan García também negou qualquer doação da construtora para a sua campanha de 2006, em que foi eleito, apesar de Barata ter afirmado que a empresa entregou 200 mil dólares (164 mil euros) ao então candidato.
“Alguns vendem-se, eu não”, afirmou García.
Na mesma linha pronunciou-se a atual chefe do Governo peruano, Mercedes Aráoz, cuja candidatura pelo Partido Aprista para as presidenciais de 2011 terão sido financiadas pela Odebrecht, segundo Barata.
“É totalmente falso. Que me investiguem”, disse, afirmando desconhecer qualquer entrada de dinheiro numa campanha que recordou ter sido “muito curta e muito pequena”, e da qual renunciou.
Mais enfática foi Keiko Fujimori, filha do antigo Presidente Alberto Fujimori, que considerou que a declaração de Barata a absolve de qualquer culpa, por este ter garantido que nunca lhe entregou dinheiro, pelo que pediu o arquivamento do processo contra ela, bem como contra os ex-ministros fujimoristas Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya.
Segundo meios locais, Barata também afirmou ter contribuído como 600 mil dólares (492 mil euros) em 2011 para a campanha de Toledo, com ordem de captura internacional por supostamente ter recebido 20 milhões de dólares (16 milhões de euros) em subornos da Odebrecht.
O antigo responsável da construtora brasileira também revelou ter entregado três milhões de dólares (2,45 milhões de euros), por ordem do Partido dos Trabalhadores do Brasil, à campanha de Humala, que, juntamente com a sua mulher, está detido pelo presumível financiamento ilegal das suas campanhas.
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