Naquele período, entre as duas guerras mundiais, a situação era terrível, mas, na ótica de Scorsese, atualmente é ainda mais grave, porque o confronto tem a ver “com a liberdade, que é o mais importante”.
“É a liberdade de se expressar e levar uma vida suportável, porque a vida às vezes é muito difícil. Tem de viver em paz”, refletiu o também produtor, após ser questionado sobre a guerra na Ucrânia numa conferência de imprensa, na qual apresentou o seu novo filme “Killers of the Flower Moon” com os atores Robert De Niro e Leonardo DiCaprio.
O realizador de filmes como “Taxi Driver” (1976) qualificou o conflito na Ucrânia como “muito preocupante” e lembrou que, ao longo da história, aquela zona geográfica tem sido reclamada por muitos países.
“Temos de lembrar, mesmo que haja toda uma geração que já não existe, a Segunda Guerra Mundial, ou o que aconteceu nos Balcãs ou na Polónia, entre os russos e os alemães, ou no século XIX com Napoleão”, indicou.
De acordo com Scorsese, o que se está a passar agora também gira em torno da “liberdade de expressão”.
“É melhor viver no quadro da cultura ocidental, que tem o seu lado negativo no consumismo, que coloca o dinheiro no topo da pirâmide, mas é preciso apoiar os países que estão a tentar aproximar-se da democracia”, salientou.
“Não se trata de gritar que há fogo se não houver chamas, o essencial é a liberdade de poder se expressar”, acrescentou.
Na 76ª edição do festival de Cannes, Scorsese apresentou o seu mais recente trabalho, “Killers of the Flower Moon”, sobre assassínios em série de elementos da tribo indígena da nação Osage, do estado norte-americano do Oklahoma, nos anos de 1920.
Com cerca de três horas e meia, o filme é uma adaptação do livro de David Grann “Assassinos da Lua das Flores”.
“Killers of the Flower Moon” tem estreia mundial agendada para outubro nas salas de cinema.
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