“Através do projeto ‘Ligue Antes, Salve vidas’, estamos a melhorar a eficácia e eficiência do atendimento, incentivando os nossos cidadãos a ligarem para a linha SNS 24 antes de se dirigirem às urgências hospitalares”, disse hoje António Gandra d´Almeida durante uma audição na comissão parlamentar de Saúde.

Dados enviados à agência Lusa pela Direção Executiva do SNS (DE-SNS) precisam que dos cerca de 670 mil contactos dos doentes com o SNS24 realizados entre maio de 2023 e a passada segunda-feira, mais de 280 mil foram referenciados para os cuidados de saúde primários e cerca de 70 mil ficaram em autocuidados, totalizando cerca de 350 mil doentes.

Os dados apontam também que, desde o início do Plano para a Resposta Sazonal em Saúde — Módulo Inverno 2024-2025, em 1 de outubro, até à passada segunda-feira, foram referenciados e agendados cerca de 144 mil doentes para os cuidados de saúde primários e cerca de 31 mil ficaram em autocuidados, totalizando cerca de 175 mil doentes.

“Este número representa metade dos doentes que, desde o início do projeto, beneficiaram desta abordagem”, salienta a DE-SNS, adiantando que a medida, além de diminuir a sobrecarga das urgências, “permite uma melhor orientação e satisfação dos doentes com atendimento com hora marcada no centro de saúde”.

Para o diretor-executivo, este projeto traduz “um exemplo de sucesso na reorganização do atendimento ao doente em contexto de doença aguda, permitindo o funcionamento em rede do Serviço Nacional de Saúde”.

António Gandra D´Almeida disse hoje que, no contacto prévio com o SNS24 (808 24 24 24), o doente é orientado para o local mais adequado para observação clínica de acordo com a sintomatologia ou comorbilidade apresentada.

Segundo os dados, 22 Unidades Locais de Saúde (ULS) já têm o projeto em funcionamento, às quais se juntam mais três a partir de quinta-feira: São José, Lisboa-Ocidental e Santa Maria.

Até final de fevereiro de 2025, está previsto que o projeto arranque em mais oito unidades locais de saúde, representando 85% do total de ULS (39 no país).

Na audição, o diretor-executivo do SNS disse que as ULS implementaram planos de contingência para assegurar cuidados de saúde mais adequados nesta estação do ano, “particularmente, difícil para a população em situação de vulnerabilidade”.

Para aliviar a pressão, os hospitais tomaram várias medidas, entre as quais o reforço do número de camas e tentar assegurar que as escalas de urgências estejam completas.

Salientou ainda que os dois Centros de Atendimento Clínicos (CAC), que estão a funcionar no Porto e em Lisboa, estão a receber uma média de 116 utentes por dia, o que perfaz 13.500 utentes desde que foram abertos no verão, melhorando a resposta a situações clínicas de menor gravidade.