De acordo com os números divulgados, em comunicado, foram entregues em média 38 mil embalagens por dia nas máquinas instaladas em março do ano passado e que fazem parte de um projeto-piloto, destinado a testar um sistema de depósito de embalagens.
De acordo com o Ministério a quantidade de embalagens recolhida corresponde a cerca de 416 toneladas de plástico PET (polietileno), que foi encaminhado para reciclagem, sendo que 68% das embalagens são de capacidade acima de meio litro.
No âmbito deste programa, financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente com 1,6 milhões de euros, foram atribuídos 662.601 euros em prémios aos consumidores que entregaram as embalagens (talões de desconto em compras ou doados a instituições de solidariedade social).
“Este projeto-piloto foi desenvolvido com o objetivo de produzir ensinamentos para a implementação do futuro sistema de depósito de embalagens em Portugal, que irá contribuir para o cumprimento das metas de recolha seletiva impostas pela Diretiva da União Europeia relativa aos plásticos de uso único. Os Estados-Membros terão de recolher seletivamente 77% das garrafas de bebidas até 2025 e incorporar 25% de plástico reciclado nas novas garrafas”, afirma o Ministério no comunicado.
O Governo lembra que estão também em fase de execução oito projetos-piloto apoiados pelo EEA Grants (mecanismo financeiro apoiado pelo Liechtenstein, Islândia e Noruega) para preparar a criação do sistema de depósito em Portugal. O mesmo mecanismo financiou um estudo com recomendações sobre o modelo a aplicar em Portugal, que aponta vários cenários que incluem embalagens de bebidas em plástico, metal e vidro.
O Ministério do Ambiente considera ser necessário aprofundar a reflexão sobre esta matéria.
Três organizações ambientalistas - Zero, ANP/WWF e Sciaena - alertaram em comunicado que o futuro sistema de depósito com retorno para embalagens descartáveis não pretende incluir o vidro, porque o estudo “foca-se nas supostas dificuldades de inclusão deste material, sobrevalorizando os argumentos contra a sua inclusão e subvalorizando os argumentos favoráveis à inclusão” do vidro.
Se o vidro não for incluído, alertam as associações, o desperdício de embalagens de vidro (que acabam em aterro, incineradas ou abandonadas no ambiente, em vez de serem recicladas) continuará a ser monstruoso - 580 milhões de embalagens por ano, ou seja, cerca de 57 embalagens por cada cidadão/ano.
Além de que, dizem, as metas de reciclagem não serão cumpridas e as praias continuarão a estar sujas de vidro, que chega a representar 20% dos resíduos removidos das praias.
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