O prémio, organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), destaca soluções, inovadoras e com base na natureza, que permitam enfrentar os desafios das mudanças climáticas, meio ambiente e pobreza.
Os 22 vencedores da edição deste ano, selecionados de um grupo de 847 candidatos de 127 países, recebem um prémio de 10 mil dólares (8.850 euros), numa cerimónia agendada para Nova Iorque, a 24 de setembro, durante a 74.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
No Brasil, a Associação Indígena Kisêdjê, localizada no estado de Mato Grosso, que o PNUD considera um dos “mais desflorestados do Brasil”, a ONU “transformou o ‘status quo’, recuperando as suas terras tradicionais e desenvolvendo um modelo de negócio inovador que utiliza o pequi, uma árvore nativa, para restaurar paisagens, promover a segurança alimentar e desenvolver produtos para o mercado local e nacional”, referem as Nações Unidas.
Quanto ao Conselho Indígena de Roraima, o PNUD diz que esta aliança indígena “garantiu os direitos de 1,7 milhões de hectares de terras tradicionais para 55 mil povos indígenas.” Ao mesmo tempo, adianta a ONU, ainda “promove a resiliência ecológica e social por meio da conservação de variedades tradicionais.”
Já a zona marítima protegida das ilhas Urok, nos Bijagos, sul da Guiné-Bissau é a vencedora do prémio do PNUD devido à excelência do trabalho de conservação e desenvolvimento sustentável.
Segundo a carta da organização do prémio, a que a Lusa teve acesso, a organização não-governamental (ONG) guineense Tiniguena, enquanto dinamizadora das ações na área protegida das ilhas Urok, foi uma das vencedoras.
Na carta agradece-se “o notável trabalho” da Tiniguena no domínio da conservação, preservação do meio e ainda da promoção de um desenvolvimento sustentável dos habitantes de Urok, que compreende as ilhas de Maio, Formosa e Nago, bem como pequenos ilhéus, numa superfície de 545 quilómetros quadrados.
Com a dinamização da Tiniguena, os habitantes das ilhas Urok são descritos como “utilizadores do conhecimento tradicional para proteger o ecossistema marinho e de mangais críticos para mitigar as alterações climáticas, reduzir a erosão costeira e assegurar meios de subsistência sustentáveis para os povos indígenas dos Bijagós.”
O prémio Equatorial, que existe desde 2002, já foi entregue a vencedores do prémio Nobel, como Al Gore e Elinor Ostrom, os ambientalistas Jane Goodall e Jeffrey Sachs, os filantropos Richard Branson e Ted Turner ou as celebridades Edward Norton, Alec Baldwin e Gisele Bündchen, pelo seu papel na preservação do meio ambiente.
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