“Estou extremamente otimista quanto à recetividade dos projetos”, afirmou Siza Vieira, no encerramento na cerimónia de apresentação destas iniciativas, em Lisboa, justificando a sua posição com a “hipersensibilidade dos operadores económicos face a estes fenómenos”.
O também ministro de Estado e da Transição Digital lembrou que as agendas mobilizadoras para a inovação empresarial, recentemente lançadas, receberam ideias de 146 consórcios com intenções de investimento de 15.000 milhões de euros, o que, segundo o governante, mostra que “as empresas portuguesas estão bem mobilizadas para os desafios de amanhã”.
Neste sentido, Siza Vieira reiterou estar “com bastante confiança” de que vai haver uma “resposta grande ao desafio lançado às autarquias, organizações e associações para transformarem a realidade comercial nos seus territórios”.
Contudo, ressalvou que ainda existe uma “clivagem digital” no país.
“Eu nasci num mundo onde as tecnologias digitais não existiam. Hoje em dia sou um imigrante neste mundo e encontro um universo completamente diferente. Considero-me um imigrante bem integrado, mas há outros que não falam a nossa língua”, sublinhou.
Pedro Siza Vieira acrescentou que as novas gerações já nasceram no contexto da digitalização, sendo assim necessário valorizar as suas competências.
O Governo apresentou hoje as iniciativas Bairros Comerciais Digitais e das Aceleradoras do Comércio Digital, que estão incluídas no PRR.
A dotação global destes investimentos ultrapassa os 100 milhões de euros e destina-se a promover e apoiar a incorporação de tecnologia nos modelos de negócio das empresas, “combinando-as, no caso dos Bairros Comerciais Digitais, com um investimento claro nos vetores da proximidade, do urbanismo comercial e da digitalização da experiência de consumo”.
Já as Aceleradoras do Comércio Digital destinam-se a apoiar a transição digital das empresas, “avaliando o seu estágio de maturidade e propondo um plano de ação”, que será acompanhado pelo financiamento de serviços digitais, segundo informação divulgada pelo executivo.
O PRR que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico. Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem ainda o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.
A dotação total do PRR ultrapassa os 16.600 milhões de euros, distribuída pelas suas três dimensões estruturantes — resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros).
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