Em entrevista à Lusa, Carlos César considerou que "foram quatro anos com uma experiência inovadora que permitiu, graças à confluência do PS com os partidos à sua esquerda, uma política de recuperação de rendimentos das pessoas, restituição de direitos que tinham sido retirados, uma política também ousada no que diz respeito a matérias emergentes na organização social, desde a igualdade de género a outros direitos das pessoas".
"Foi um período que nos permitiu também conjugar esse esforço no domínio das políticas sociais com a ativação da nossa economia, gerar centenas de milhares de emprego no nosso país e atingirmos uma taxa de desemprego sem paralelo na nossa história, muito diminuída. Hoje, podemos dizer que valeu a pena este percurso durante estes quatro anos, que foi retomado um regime de confiança das pessoas nas suas instituições, dos investidores e empresários, nacionais e estrangeiros, nesta política liderada pelo PS", disse.
O também presidente do PS acrescentou que, "conjugados esta recuperação social com a ativação da economia e a estabilização das contas públicas e aproximação ao equilíbrio completo", Portugal tem condições de "perspetivar o futuro de forma mais confiante e otimista, permitindo "a breve prazo" também "investir mais nos serviços públicos, seja na saúde, educação ou transportes".
Carlos César elegeu como "momento alto desta legislatura" a "vitória da estabilidade política, marcada pela aprovação dos quatro Orçamentos do Estado", enquanto, pela negativa, lamentou a "acentuação muito negativa da crispação no diálogo interpartidário, em particular com os partidos à direita".
"Esta experiência demonstrou que, felizmente, os partidos são todos diferentes e, por isso, os portugueses podem continuar a distingui-los na sua opção de voto. Apesar da confluência entre PS, PCP, BE e PEV nesta legislatura, as diferenças também entre nós são e serão significativas", alertou.
Sobre a possibilidade de repetição da atual solução política, com acordos à esquerda, o deputado socialista remeteu para os resultados eleitorais de outubro, sublinhando a importância do equilíbrio orçamental.
"Mesmo que se repita esta experiência é fundamental, da parte do PS, assegurar que ela decorre na observância de uma política de rigor em matéria de finanças públicas. O pior que nos podia acontecer era irmos atrás de tudo dar e tudo fazer, em dissonância com as capacidades que o país tem do ponto de vista dos recursos financeiros. Se nós formos atrás desses entusiasmos excessivos, podemos pôr em causa tudo quanto conseguimos até hoje. Uma nova experiência nesse domínio terá de contar por parte desses partidos com a compreensão dessa preocupação e política de sustentabilidade económica, social e financeira", vincou.
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