Os deputados da bancada socialista Helena Roseta e Pedro Bacelar Vasconcelos votaram todos os textos apresentados, do PS, PSD, CDS-PP, BE e PCP, mas Sérgio Sousa Pinto, Vitalino Canas, António Gameiro e Miranda Calha votaram contra os do PCP e do Bloco de Esquerda.
Os quatro deputados preferiram votar ao lado dos projetos do PSD e CDS-PP, mais moderados nas críticas à administração Trump por causa da política de imigração restritiva decretada há uma semana.
Ao lado do texto do Bloco de Esquerda votaram dois deputados independentes do PS – Alexandre Quintanilha, que subscreveu o voto, e Paulo Trigo Pereira. A deputada social-democrata Paula Teixeira da Cruz também votou com os bloquistas.
No final do debate, que não subiu de tom, apesar da divisão entre os partidos, foram apenas aprovados os textos do PS, PSD e CDS-PP e chumbados os votos do PCP e BE.
As críticas mais duras partiram dos extremos do hemiciclo – CDS-PP e Bloco de Esquerda.
Pedro Soares, do Bloco de Esquerda, atacou a “política reacionária e conservadora” de Trump por violar direitos fundamentais e apontou à linguagem dos votos do PSD e do CDS-PP, que se referem aos “laços transatlânticos”, por alegadamente pensarem que podem vir “ter assento no banquete do Império”.
Telmo Correia, do CDS-PP, criticou BE e PCP, que “apoiaram as piores ditaduras do Mundo” e atacam agora uma democracia como a dos Estados Unidos, “numa espécie de moralismo psicadélico”.
Todos expressaram críticas às políticas restritivas de Donald Trump, seja na imigração, com a restrição de entrada para refugiados de sete países muçulmanos, seja nas relações com a União Europeia.
Pelo PS, Sérgio Sousa Pinto criticou e expressou preocupação com algumas das medidas de “grande crueldade e injustiça” do Presidente norte-americano contrárias ao “direito internacional”.
O voto socialista expressa preocupação em “termos apropriados, compatíveis com as relações que Portugal tem e muito preza com os EUA, Estado soberano e aliado de Portugal”, disse.
O PCP, através de Carla Cruz, manifestou repúdio pelas políticas que desrespeitam os direitos de imigrantes, apontando à “dramática situação” dos refugiados causada também pelas “guerras e ingerências levadas a cabo pelos EUA, NATO, a União Europeia e seus aliados”.
Sérgio Azevedo, do PSD, expressou alguma preocupação dos sociais-democratas com decisões, ainda que soberanas, dos Estados Unidos.
Este momento, disse, deve levar a Europa a um “aprofundamento da construção europeia, pelo respeito dos direitos humanos, em que incluem os dos refugiados”, em resposta aos “apelos à ruína da robustez de uma aliança como a NATO” defendida por Donald Trump, embora Sérgio Azevedo nunca tenha referido o seu nome.
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