Esta posição foi transmitida aos jornalistas por José Pedro Aguiar-Branco à chegada ao Congresso Nacional do PSD, em Braga, ocasião em que elogiou “o sentido de responsabilidade” do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, na questão do Orçamento.
Perante os jornalistas, o antigo ministro social-democrata também defendeu que este não é o tempo para a questão das eleições presidenciais de 2026 estar no primeiro plano da agenda política.
Nos últimos meses, em sucessivas intervenções públicas, o presidente da Assembleia da República apelou a um consenso para que se evitasse uma crise política por causa de um eventual chumbo da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
Para José Pedro Aguiar-Branco, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ao anunciar que irá viabilizar a proposta de Orçamento do Governo na generalidade e em votação final global, “demonstrou um grande sentido democrático”.
“Penso que tudo isto está a decorrer - como eu pensava e disse há uns meses - com um grande sentido de maturidade democrática. Os portugueses devem estar tranquilos e podem estar satisfeitos por os líderes máximos dos partidos [PSD e PS] terem demonstrado esta maturidade”, sustentou.
José Pedro Aguiar-Branco considerou que a viabilização do Orçamento constituiu “um sinal de grande maturidade política 50 anos depois do 25 de Abril de 1974”.
“Desejo que este consenso e este sentido de prioridade no que respeita ao interesse público possa acontecer em torno de outros temas, como, por exemplo, a justiça. Era bom que pudéssemos também encontrar consensos dessa dimensão em relação ao setor da justiça”, reforçou o presidente do parlamento.
Interrogado se considera que a questão das presidenciais de 2026 marcou o primeiro de dois dias do Congresso Nacional do PSD, José Pedro Aguiar-Branco respondeu: “Reparei que se falou em presidenciais, mas concordo com aqueles que dizem que este é o momento para começarmos primeiro a resolver os problemas do Orçamento”.
“Antes, ainda temos eleições autárquicas em 2025. Por respeito a todos esses momentos e aos portugueses que vão ter de votar primeiro nas autárquicas, a discussão das presidenciais deve fazer-se num momento próprio, que não é este” alegou.
Questionado se pondera candidatar-se nas presidenciais de 2026, José Pedro Aguiar-Branco declarou que não pretende alimentar esse tema.
“Estou focado nas minhas de funções de presidente da Assembleia da República. Penso ter contribuído para que houvesse um consenso a nível do Orçamento e para que o debate político se faça. Os que acompanham os trabalhos da Assembleia da República sabem que isso nem sempre é fácil. E é preciso que o debate se faça no quadro da dialética democrática que ajuda a resolver os problemas discutidos”, frisou.
Interrogado sobre a sua presença no Congresso do PSD, José Pedro Aguiar-Branco respondeu que é militante do partido.
“Portanto, não pauto as minhas presenças por calculismo ou oportunismo político. Sou militante do PSD e fui eleito presidente da Assembleia da República enquanto deputado do PSD”, acrescentou.
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