Em declarações aos jornalistas no parlamento, o vice-presidente da bancada social-democrata Carlos Peixoto explicou as razões pelas quais o PSD não pretende juntar-se, na rua, ao protesto convocado pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), que terminará precisamente em frente à Assembleia da República.
“Entendemos que esse é o palco para os agentes de autoridade que se estão a manifestar, o palco para os decisores políticos é no interior do parlamento para, de forma institucional, receber as instituições, ouvi-las e acolher ou não as suas pretensões”, justificou.
Por isso, manifestou a disponibilidade da bancada do PSD para receber “quaisquer associações ou sindicatos” que solicitem uma audiência - o que ainda não aconteceu -, “quer hoje ou em qualquer outro dia”.
Carlos Peixoto começou por salientar que “a manifestação é um direito constitucional e um exercício de cidadania”.
“O PSD entende e aceita claramente esta manifestação que está a decorrer das forças policiais. Entendemos as reivindicações das forças policiais, sabemos que o último governo desinvestiu brutalmente nesta área”, acusou, sublinhando que “saíram mais polícias do que os que entraram”.
O vice-presidente da bancada do PSD manifestou ainda disponibilidade para, depois de falar com as associações e sindicatos, “avaliar detalhadamente” a possibilidade de avançar com iniciativas legislativas para “sensibilizar o Governo a agir”.
“Não faz sentido que, relativamente aos magistrados, o Governo tenha acolhido todas as suas pretensões remuneratórias e, relativamente às polícias, nada tenha dito e nada tenha previsto”, criticou.
Questionado se teme que a manifestação de hoje possa acabar em violência, como aconteceu com outra semelhante durante o executivo PSD/CDS-PP em 2014, Carlos Peixoto respondeu negativamente.
“Creio que esta manifestação vai ser cordata, pacífica, respeitadora. As forças de segurança sabem que podem contar com as forças políticas representadas no parlamento”, afirmou, dizendo que nenhum setor ganha com “manifestações agressivas ou violentas”.
Em Zagreb, onde está a acompanhar o congresso do Partido Popular Europeu, também o líder do PSD apelou a uma manifestação pacífica, em declarações captadas pela TSF.
"Compreendo uma manifestação de desagrado. Agora, o que eu não compreenderei de certeza absoluta é se nesta manifestação voltarem a aparecer casos, como já tivemos no passado, seja naquela cena de tentar subir a escadaria da Assembleia, seja há muitos mais anos naquele famoso confronto de secos e molhados”, afirmou.
“Aquilo que eu digo é muito simples: percebo perfeitamente as razões da manifestação, aceito a manifestação, mas pacífica e que jamais se volte a dar uma imagem de polícias contra polícias", afirmou Rio, apelando a que a manifestação decorra da forma “mais ordeira possível” sob pena de quem protesta perder “completamente a razão".
Elementos da PSP e da GNR manifestam-se hoje em Lisboa para pressionarem o novo Governo a cumprir as reivindicações da classe e as promessas do anterior executivo, num protesto que se iniciou no Marquês do Pombal e culminará numa concentração junto à Assembleia da República.
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