Em comunicado, o vereador do PSD Marco Almeida revela que a decisão foi dos dois vereadores eleitos pelo CDS-PP e que “o momento escolhido não é ingénuo”, pois “permite desviar as atenções sobre o escrutínio popular da gestão liderada por Basílio Horta”.
O social-democrata destaca que a gestão “tem sido fortemente criticada pela sociedade civil” e que a isso o PSD na autarquia tem “procurado dar eco através de uma oposição firme na defesa do concelho de Sintra e de todas as suas comunidades”.
“A 16 meses das próximas eleições autárquicas quiseram os vereadores eleitos pelo CDS-PP pôr fim ao seu compromisso de juntos sermos uma alternativa para as comunidades sintrenses, decisão só justificada pela tentativa de ganhar espaço para uma futura candidatura autónoma em 2021”, acrescentou o vereador.
Na sexta-feira, contactado pela agência Lusa, Marco Almeida considerou a desvinculação dos dois vereadores do CDS-PP “natural”, uma vez que foi uma decisão “consensual”.
“Agradeço o empenho da vereadora Paula Simões e do vereador Carlos Parreiras, mas este era o tempo para chegar ao fim. Já lhes tinha, inclusive, transmitido a decisão de que esta coligação não seria renovada nas próximas eleições autárquicas (2021)”, afirmou, comentando a desvinculação anunciada pelos vereadores do CDS-PP e justificada com divergências partidárias.
Hoje, Marco Almeida diz que “por decisão dos vereadores eleitos nas listas do CDS-PP, no âmbito da coligação "Juntos pelos Sintrenses", cessa a sua participação no projeto”.
Este projeto, acrescenta, foi por si liderado na candidatura à Câmara de Sintra em 2017, assumindo perante o eleitorado a designação "Juntos pelos Sintrenses".
“A formação política constituída pelo PPD/PSD, CDS-PP, MPT e PPM alcançou 29% para o executivo municipal nas eleições autárquicas, mais 4% que nas listas que liderei como independente em 2013”, descreve.
O vereador do PSD refere ainda que, “em rigor, a coligação PSD/CDS-PP, liderada pelo deputado Pedro Pinto, alcançou em 2013 apenas 13%”.
Já o “entendimento de 2017 resultou no crescimento dos partidos no espaço político sintrense e, com isso, permitiu-lhes reforçar a sua presença nos diferentes órgãos autárquicos através do aumento do número de eleitos”,
Criou-se, “a partir daí, uma oposição firme à gestão socialista liderada por Basílio Horta”, recordou.
“Entendo não comentar os argumentos aduzidos pelos dois vereadores eleitos pelo CDS-PP para justificar a sua decisão, pois o respeito que me merecem é o suficiente para não fazer com eles o que pretenderam fazer comigo”, observou.
O vereador do PSD diz que, “acompanhado pela vereadora Andreia Bernardo”, vai manter “a linha de rumo assente na fiscalização firme da ação da Câmara, na proximidade às nossas comunidades e na apresentação de soluções que contribuam para a qualificação do território sintrense”, bem como para “o bem estar dos que vivem e que aqui trabalham”.
Os dois vereadores do CDS-PP na Câmara Municipal de Sintra, que integravam a Coligação Juntos pelos Sintrenses” (PSD/CDS-PP/MPT e PPM), anunciaram na sexta-feira a sua desvinculação, devido a divergências partidárias, permanecendo sem pelouros no executivo.
Em comunicado, Paula Simões e Carlos Parreiras explicaram que a saída se deveu às “divergências” com o vereador social-democrata Marco Almeida, cabeça de lista pela coligação nas últimas eleições autárquicas a este município do distrito de Lisboa.
“Esta decisão assenta no facto de não se reverem nas posições que nas últimas semanas têm vindo a ser assumidas, bem como na extrema dificuldade na comunicação, criada pelo vereador do PSD Marco Almeida no campo político, pela total falta de diálogo institucional há várias semanas, que se restringe a troca de mails, por sua vontade expressa”, acusaram.
Com esta alteração, o executivo da Câmara Municipal de Sintra passa a ser composto por seis eleitos do PS (incluindo o presidente), dois da coligação “Juntos pelos Sintrenses”, dois do CDS-PP e um da CDU.
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