Num requerimento entregue hoje na comissão parlamentar de Cultura, os sociais-democratas justificam o pedido com as queixas feitas na terça-feira pelos membros do Conselho de Redação da rádio pública de "crescente agravamento das condições de prestação do serviço público de rádio".
"O continuado desinvestimento, a escassez de recursos materiais e humanos, particularmente visível no caso da informação, ou a obsolescência do ponto de vista técnico e tecnológico, são apenas alguns dos aspetos que, no entender dos jornalistas, obrigam à adoção urgente de medidas que contribuam para a inversão da situação atual e, consequentemente, para a efetiva prestação de um serviço digno e de referência", lê-se no texto.
No requerimento dirigido à presidente da comissão, a deputada do PS Edite Estrela, o Grupo Parlamentar do PSD argumenta que "os problemas da rádio pública, quase em fim de legislatura, continuam a agravar-se nos diferentes domínios, num quadro também caracterizado por retenção ou cativação de verbas por parte do Ministério das Finanças que seriam fundamentais à realização de um (sistematicamente adiado) programa de investimentos em modernização tecnológica".
Na terça-feira, o Conselho de Redação (CR) da rádio da RTP afirmou no parlamento que a rádio pública tem assistido "a um desinvestimento sistemático" e à saída de pessoas que não têm sido substituídas em termos proporcionais.
"Temos assistido a um desinvestimento sistemático em tudo o que diz respeito à rádio", afirmou Nuno Moura Brás, membro do Conselho de Redação da rádio pública, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito de uma audição requerida pelo grupo parlamentar do PS sobre a escassez de recursos neste meio.
De acordo com o CR, desde 2013 saíram cerca de 70 jornalistas da redação da rádio, contando atualmente com 17 para substituir aqueles profissionais.
A redação da rádio pública (grupo RTP) conta, no total, com cerca de 60 profissionais.
O Conselho de Redação da rádio disse ainda, na altura, que o órgão foi recebido pela ministra da Cultura, que tutela o setor, a quem questionou se tinha entrado algum pedido de contratação de jornalistas para a rádio, tendo obtido uma resposta negativa.
O órgão manifestou ainda preocupação relativamente à cobertura das eleições deste ano, face à situação atual da rádio pública.
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