Estas acusações foram feitas por Eurico Brilhante Dias, horas depois de o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, ter afirmado que decidirá se avança para uma comissão de inquérito parlamentar à relação dos governos de António Costa com o Banco de Portugal “em função das respostas” do primeiro-ministro às perguntas que os sociais-democratas colocaram.
Joaquim Miranda Sarmento disse que, na sequência do livro baseado nos testemunhos do ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa, o PSD considerou que é feito “um conjunto de revelações sobre a relação do primeiro-ministro do Banco de Portugal em matéria bancária”.
“Quer relativamente à influência que o primeiro-ministro tentou ter junto do Banco de Portugal para a nomeação da engenheira Isabel dos Santos para a administração [do BIC], quer no Banif”, especificou.
Em reação a esta posição do PSD, em conferência de imprensa, no parlamento, Eurico Brilhante Dias considerou que “há uma vontade clara, não apenas de reescrever a história, de ver se os portugueses já se esqueceram daquilo que aconteceu [com o Banif], como também há uma nova frente de combate contra a PS e contra o Governo”.
“Estão a ser usados todos os instrumentos, mesmo aqueles que passam por reescrever a história para salvar algumas personagens que no passado recente, através dos seus atos e omissões, muito prejudicaram o país, em particular no Governo entre 2011 e 2015 liderado por Pedro Passos Coelho”, apontou.
Eurico Brilhantes Dias, que na penúltima legislatura foi relator da comissão de inquérito sobre o processo de resolução do Banif, defendeu que os sociais-democratas estão agora a tentar “livrar-se das suas responsabilidades” no processo Banif.
“Em 26 de novembro de 2015, depois de tomar posse, o primeiro Governo liderado por António Costa, para garantir a estabilidade do sistema financeiro português, teve de resolver de forma urgente [o Banif] até 31 de dezembro desse ano. Segundo missiva do então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, de 04 de dezembro, o Banif encontrava-se na iminência de ser liquidado em 2016”, referiu.
Nessa carta de 04 de dezembro, também de acordo com o líder parlamentar do PS, Carlos Costa avisava que, “se o banco for liquidado pelo Mecanismo Único de Resolução em 2016, os depositantes, os particulares e as micro, pequenas e médias empresas com mais de 100 mil euros na conta, poderiam ser chamados a pagar a liquidação e, eventualmente, a resolução do banco”.
“A responsabilidade de adiar continuamente a resolução do problema do Banif até às eleições [legislativas de outubro de 2015], empurrando com a barriga para a frente, a circunstância da hipótese de liquidação do banco, é do PPD/PSD de Pedro Passos Coelho”, sustentou o líder parlamentar do PS, acrescentando na lista de culpados os antigos ministros das Finanças Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque.
Uma conjuntura, indicou Eurico Brilhante Dias, que “tinha como governador do Banco de Portugal o doutor Carlos Costa.
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