Em declarações aos jornalistas, no final da curta sessão plenária que marcou o arranque da XV legislatura, José Silvano foi desafiado a comentar o anúncio da candidatura do antigo líder parlamentar Luís Montenegro, que hoje confirmou à Lusa que disputará as diretas de 28 de maio.

“Não quero comentar porque sou secretário-geral e tenho o processo eleitoral, a não ser saudar a candidatura. Quando se abre o processo eleitoral, os candidatos devem aparecer. Os partidos são dinâmicos, os que tiverem vontade de avançar, avancem”, disse, considerando que “o que era mau era abrir o processo e não haver candidato”.

Questionado sobre a ausência do presidente Rui Rio nos trabalhos parlamentares da manhã, o secretário-geral justificou-a com “afazeres profissionais” e recusou qualquer ligação com o anúncio da candidatura de Montenegro.

“Os afazeres do dr. Rui Rio já estavam previstos e a eleição do presidente da Assembleia da República é à tarde, agora é mais para os deputados novos fazerem a receção”, disse.

Sobre a candidatura de Paulo Mota Pinto à liderança da bancada do PSD, anunciada na segunda-feira pelo próprio em articulação com Rui Rio, o secretário-geral classificou-a como “uma boa escolha”.

“Dentro do grupo parlamentar ninguém pode contestar que é dos mais competentes, dos que tem mais experiência, é uma boa escolha”, afirmou.

Na próxima legislatura, a bancada do PSD terá 77 deputados, menos dois do que na anterior, e enfrentará uma maioria absoluta do PS.

“O PSD tem uma bancada eclética, com todas as competências para um mandato com tranquilidade e com posições que se diferenciem das do PS, mesmo com maioria absoluta”, defendeu Silvano.

Rui Rio, que ocupa o cargo de presidente do PSD desde janeiro de 2018, já anunciou que deixará a liderança do partido depois da derrota nas legislativas de 30 de janeiro. As eleições diretas para escolher o seu sucessor foram marcadas em Conselho Nacional para 28 de maio e o Congresso vai realizar-se entre 01 e 03 de julho, no Porto.