Segundo o subintendente Iuri Rodrigues, cerca das 14h30 de hoje, quatro pessoas, apresentando “sinais de terem sido agredidas”, dirigiram-se à esquadra da PSP na Rua da Palma para “pedir apoio”, o que demonstra “a confiança” na polícia.

Em declarações à imprensa, o comandante adiantou que agentes se deslocaram ao local da ocorrência, onde estavam mais três pessoas feridas, das quais duas com ferimentos causados por facas, que foram encaminhadas para o Hospital de São José.

De acordo com o subintendente, “houve alguma violência”, registando-se “dentes partidos, agressões com arma branca numa perna e na barriga, cortes na cabeça”, causados por uma faca, mas também “objetos metálicos”.

O responsável afirmou que a PSP prossegue as diligências para apurar a origem dos confrontos, desconhecendo o que motivou a desordem, e indicou que, até agora, não houve detenções.

“Com base na informação que tenho, é muito pouco provável que haja detenções. As sete pessoas que foram assistidas aparentam ser vítimas e portanto não são detidas”, afirmou Iuri Rodrigues à imprensa.

A PSP vai “levar isto a fundo”, para “tentar perceber [quem foram] os autores das agressões” e levar o caso ao Ministério Público, disse o comandante. Para tal, a polícia está hoje a ouvir os agredidos e vai analisar outras provas, nomeadamente um vídeo, e ouvir relatos de testemunhas.

A polícia reforçou a presença na zona do Martim Moniz, algo que o comandante disse que já estava previsto, tal como em outras áreas da cidade, como o Mercado de Arroios e o Bairro Alto.

“Há um policiamento de proximidade na Rua do Benformoso e na Mouraria e estaremos aqui todos os dias”, referiu.

O agente escusou-se a indicar a nacionalidade dos envolvidos.

Questionado se as críticas à intervenção policial na Rua do Benformoso, em 19 de dezembro, quando dezenas de imigrantes foram encostados à parede para serem revistados, alterou a atuação policial, o comandante negou.

“A PSP tem o objetivo de promover a segurança a todos os cidadãos, sem exceção. Continuamos o nosso trabalho, com base em dados científicos, experiência e observação do terreno. Fazemos as coisas de acordo com os nossos princípios, respeito pelos cidadãos, pelas vítimas e pelas pessoas que são suspeitas e que têm os seus direitos”, referiu.

“O que se passou, para nós, não mudou nada. Estamos convencidos de que estamos a fazer bem o nosso trabalho e continuaremos a tentar fazê-lo ainda melhor”, afirmou o comandante.

A operação policial de 19 de dezembro naquela rua resultou na detenção de duas pessoas e já teve como consequência a abertura de um inquérito por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna e uma queixa à provedora de Justiça, subscrita por cerca de 700 cidadãos, entre eles deputados do PS, Bloco de Esquerda e Livre.