Em resposta à agência Lusa, a PSP assegurou que vai adotar o dispositivo policial “em função das variáveis que existem em torno das Festas da Cidade de Lisboa e que têm na noite de dia 12 para 13 de junho maior expressão”, escusando-se a revelar se haverá um reforço policial associado aos recentes atentados terroristas na Europa.
Momento alto das Festas de Lisboa, a noite Santo António, de 12 para 13 de junho, traz às ruas da cidade não só lisboetas como também um grande número de visitantes para festejarem e participarem nos arraiais dos bairros populares e assistirem ao desfile das marchas na Avenida da Liberdade.
De acordo com a PSP, na noite de Santo António, o policiamento vai incidir, numa primeira fase, nas artérias que confluem para a Avenida da Liberdade, com o condicionamento de trânsito a partir das 18:00, estando completamente cortado desde cerca das 19:00, devido ao desfile das marchas na Avenida da Liberdade.
Após a descida de todas as marchas populares na Avenida da Liberdade, o policiamento vai estar “mais presente nos bairros típicos da cidade de Lisboa, mormente a Mouraria, Castelo, Alfama, Bica e Bairro Alto”, referindo que são “de esperar grandes constrangimentos de trânsito para estes bairros logo na manhã do dia 12 de junho para montagem de arraiais”.
“A PSP afetará em regime remunerado e de ordem pública, um efetivo policial condizente com as exigências que uma noite como estas manifestamente necessita”, reforçou à Lusa o organismo responsável pela segurança pública.
Neste sentido, a PSP afirmou que “a população terá uma presença policial constante em diferentes pontos da cidade, com maior incidência nas zonas de aglomeração de pessoas”.
“Subsidiariamente a este policiamento mais dedicado para as Festas de Lisboa, a PSP manterá os normais níveis de resposta e de policiamento nas restantes zonas da cidade”, revelou a estrutura policial.
A Lusa questionou a Câmara de Lisboa se está previsto um reforço do dispositivo devido aos recentes atentados terroristas na Europa e quantos profissionais vão estar envolvidos na segurança das Festas de Lisboa, nomeadamente elementos da Polícia Municipal e dos bombeiros, mas não obteve resposta.
Já a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), responsável pela organização das Festas de Lisboa, disse à Lusa que “todas as questões de segurança, e neste caso em particular, no espaço público, são e sempre foram da responsabilidade das forças de segurança”.
“A EGEAC age em conformidade com o determinado pelas entidades competentes e cabe à EGEAC acatar e cumprir as orientações emanadas”, sustentou a empresa municipal de Lisboa.
No âmbito da apresentação do programa das festas, em 23 de maio, a presidente da EGEAC, Joana Gomes Cardoso, recusou avançar com um reforço da segurança habitual devido aos recentes atentados terroristas, defendendo que se deve “evitar uma situação de constrangimento securitário que faça as pessoas sentir medo”.
“Fazer estes grandes eventos de espaço público em aberto quase que se torna já um ato de resistência”, declarou a presidente da EGEAC, referindo que os recentes atentados têm que ser interpretados como “uma motivação maior para continuar a fazer mais ainda”.
A decorrer desde 01 de junho, as Festas de Lisboa vão animar a cidade até 01 de julho.
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