Esta cimeira entre os dois chefes de Estado surge numa altura em que as autoridades ucranianas dizem temer a possibilidade de uma nova ofensiva russa sobre Kiev, nos primeiros meses de 2023, que seria lançada a partir de território bielorrusso, repetindo o cenário do início da invasão, em 24 de fevereiro.
Embora as tropas de Minsk não participem diretamente na guerra lançada por Moscovo, os militares russos têm usado o território bielorrusso para bombardear a vizinha Ucrânia, acusou por diversas vezes Kiev.
A somar às preocupações, os militares russos anunciaram hoje que iriam participar em manobras “táticas” na Bielorrússia, após o anúncio, em outubro, da formação de uma força conjunta de vários milhares de homens.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou, no entanto, que Putin tenha ido à Bielorrússia para convencer Minsk a participar diretamente no conflito na Ucrânia, apelidando as alegações por parte de Kiev de “estúpidas” e “infundadas”.
A televisão estatal russa mostrou Putin a sair do avião e a ser calorosamente recebido pelo seu homólogo na pista do aeroporto de Minsk.
A viagem de Vladimir Putin à Bielorrússia é a sua primeira viagem ao país em três anos, mas Lukashenko visita regularmente a Rússia, nomeadamente para avançar com o projeto de uma união mais profunda entre os dois Estados.
O encontro ocorre depois de a Ucrânia ter sofrido na noite de domingo para hoje um novo ataque, com o disparo pelas forças russas sobre o território ucraniano, incluindo Kiev, de mais de trinta ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) de fabrico iraniano, de acordo com as autoridades ucranianas,
As autoridades locais informaram que “várias instalações e casas” ficaram “danificadas” e pelo menos três pessoas ficaram feridas.
A empresa nacional responsável pelo sistema de abastecimento de energia, Ukrenergo, adiantou que foram registados cortes de energia em Kiev e em 10 regiões e que a situação é “difícil” na rede após estes ataques.
Perante uma série de contratempos militares neste outono, a Rússia optou em outubro por uma tática de bombardeamento visando destruir redes de eletricidade e água, mergulhando milhões de ucranianos no frio e na escuridão.
Moscovo, por seu lado, afirmou ter abatido sobre o seu território quatro mísseis anti-radar de fabrico norte-americano, mais precisamente a região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, uma área regularmente alvo das forças ucranianas.
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