
O Papa Francisco, hospitalizado há quatro semanas no Hospital Gemelli, em Roma, por pneumonia nos dois pulmões, passou "uma noite tranquila", informou hoje o Vaticano, num breve comunicado.
Embora não esteja já em estado crítico, o Papa ainda recebe assistência respiratória, por cânulas nasais durante o dia e máscara de oxigénio à noite.
Na manhã de quinta-feira, o pontífice manteve a terapia e fisioterapia motora, antes de rezar, informou o Vaticano.
De acordo com o último boletim médico, divulgado na noite de quarta-feira, o estado de saúde do Papa "permanece estável" e "uma radiografia de tórax confirmou as melhoras".
Na noite de quinta-feira, a sala de imprensa do Vaticano informou que o Papa manteve a fisioterapia respiratória durante o dia.
Já esta tarde o Vaticano informou que os médicos decidiram não emitir um novo boletim médico "devido à estabilidade da sua condição".
"A recuperação do Papa é lenta e levará tempo para que as melhorias se consolidem", acrescentam.
Como tudo começou?
Francisco foi internado a 14 de fevereiro devido a uma bronquite, tendo-lhe depois sido diagnosticada uma pneumonia em ambos os pulmões.
Esta hospitalização, a quarta e mais longa desde a sua eleição, em 13 de março de 2013, representa um sério revés no ritmo frenético que o jesuíta argentino impôs a si mesmo até agora, apesar das advertências de quem o acompanha.
Segundo os médicos, a recuperação de um problema de saúde como o do Papa leva semanas a acontecer, mas pode demorar mais tempo no caso do pontífice, que teve o lobo superior do pulmão direito removido aos 21 anos e passou por uma série de problemas de saúde nos últimos anos, incluindo duas operações sob anestesia geral e repetidas infeções respiratórias.
O estado de saúde do primeiro papa latino-americano continua a suscitar dúvidas a curto prazo, como a sua participação nas missas e atos da Semana Santa, de 13 a 20 de abril, mas também sobre qual será o futuro do seu pontificado.
A recente convocatória de um consistório de cardeais reacendeu as especulações, em particular quando este foi o formato escolhido pelo antecessor, Bento XVI, para anunciar a sua renúncia inesperada em 2013.
Até ao momento Francisco não estabeleceu uma data e, nos últimos meses, rejeitou a ideia de deixar a cátedra de São Pedro, por considerar que isto não deve virar "moda".
Uma missa por Francisco
Na manhã desta sexta-feira, o cardeal italiano Pietro Parolin, número dois da Santa Sé, presidiu uma missa pelo Papa numa capela do Palácio Apostólico, diante do corpo diplomático.
"Esta manhã reunimo-nos em oração pela saúde do Santo Padre, para que recupere e volte brevemente para nós", disse Parolin.
O Santo Padre acompanhou por videochamada os exercícios espirituais celebrados no Vaticano para a quaresma, informou também o serviço de imprensa da Santa Sé.
Recorde-se que, esta quinta-feira, Francisco assinalou um marco importante: o 12.º aniversário da sua eleição como Papa e teve até direito a bolo no hospital.
*Com Lusa e AFP
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