De acordo com o EMGFA, num comunicado hoje divulgado, os militares portugueses “viram-se novamente envolvidos em confrontos em Bambari por forma a repelir bolsas de resistência de combatentes que se reagruparam na cidade a fim de reconquistar as posições perdidas nas últimas semanas”.
“Estas ações ocorrem após os violentos combates que se iniciaram no passado dia 10 e depois se estenderam a Bokolobo, principal bastião e posto de comando do grupo rebelde ex-Seleka UPC (União para a paz na República Centro-Africana), 60 quilómetros a sudeste de Bambari”, lê-se na nota.
Nesses dias, “em resultado das operações da Força de Reação Rápida portuguesa, foram destruídas oito viaturas pick up armadas com duas metralhadoras pesadas, capturadas 11 granadas antitanque de lança granadas foguete, espingardas automáticas, armas artesanais, uniformes e documentação”.
Além disso, os militares portugueses “capturaram também cinco elementos da UPC, sendo um deles presumivelmente pertencente à estrutura de liderança do grupo armado”.
“A atuação dos capacetes azuis portugueses, que têm apoiado as Forças Armadas Centro-Africanas e as autoridades locais, cumpriu os objetivos militares da missão militar da ONU na República Centro-Africana, para repelir os rebeldes afetos à UPC, não estando, no entanto, postos de parte novos confrontos caso surja nova tentativa de retornarem à cidade de Bambari”, refere o EMGFA.
De acordo com o EMGFA, “a operação em curso ‘Bambari sem grupos armados e armas’, manter-se-á nos próximos dias por forma a assegurar em simultâneo a segurança da população civil, o reforço da autoridade do Estado em Bambari, e impedir que os rebeldes se misturem com a população e ocupem de forma ilegal as suas habitações”.
Atualmente, estão destacados na República Centro-Africana (RCA) 180 militares portugueses.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados, e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo do Presidente, Faustin-Archange Touadéra, um antigo primeiro-ministro que venceu as presidenciais de 2016, controla cerca de um quinto do território.
O resto é dividido por 18 milícias que, na sua maioria, procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Portugal participa na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), desde o início de 2017, com uma companhia de tropas especiais, a operar como Força de Reação Rápida.
A MINUSCA é comandada pelo tenente-general senegalês Balla Keita, que já classificou as forças portuguesas como os seus ‘Ronaldos’.
Portugal tem 230 militares empenhados em missões na RCA, dos quais 180 na MINUSCA - uma companhia de paraquedistas e elementos de ligação - e 50 na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA).
O 2.º comandante da MINUSCA é o general português Marco Serronha, enquanto o comandante da EUMT-RCA é o brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.
[Notícia atualizada às 21:14]
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