Em comunicado, o partido social-democrata fala numa “teia de relações partidárias que se estabelece com a Administração Regional de Saúde e o Centro Distrital da Segurança Social” e exige o apuramento de “responsabilidades políticas municipais e distritais” na morte dos 18 idosos num lar de Reguengos de Monsaraz “por alegada falta de cuidados médicos adequados”.
“A ocupação generalizada das estruturas da administração local e regional por parte do Partido Socialista é uma prática que atinge no Alentejo uma dimensão insuportável”, sublinha o partido.
Também o facto de a presidência da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão da Silva coincidir com a presidência da Câmara Municipal de Reguengos revela, segundo o partido “a promiscuidade política que domina as relações institucionais naquele município do Alentejo”.
Reiterando ser “inadmissível" a tentativa de “desvalorização dos acontecimentos verificados em Reguengos de Monsaraz por parte da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, o PSD quer “o apuramento das responsabilidades políticas que os diferentes atores em presença terão que assumir”, nomeadamente o Governo.
Para os sociais-democratas, é importante saber se a ministra sabia o que se estava a passar no referido lar e que medidas foram tomadas para resolver a situação.
“Se sabia e não tomou as medidas adequadas, estamos perante um caso evidente de incompetência e de insensibilidade perante a morte de 18 portugueses. Se não sabia ou ignorou deliberadamente a situação, então o caso afigura-se bem mais grave, colocando ao Primeiro-Ministro a responsabilidade de manter no Governo alguém que não está capacitada para o lugar”, sublinha o partido.
De acordo com o PSD, “os 18 falecidos não são redutíveis a percentagens. São pessoas, não são números”.
O partido revelou no sábado que vai chamar as ministras da Segurança Social e da Saúde ao Parlamento, para Ana Mendes Godinho explicar a situação ocorrida num lar de Reguengos e Marta Temido falar sobre o plano de combate à covd-19.
Na entrevista publicada no semanário Expresso, a ministra da Segurança Social admitiu que faltam funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 “não é demasiado grande em termos de proporção”.
Ana Mendes Godinho defendeu que não faz sentido falar de casos concretos de surtos de covid-19 em lares e sobre a situação ocorrida em Reguengos de Monsaraz disse que está a decorrer um inquérito por parte do Ministério Público e que é preciso esperar pelas conclusões.
Portugal contabiliza pelo menos 1.775 mortos associados à covid-19 em 53.981 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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