Felipe VI e a sua mulher, Letizia, assinalam o dia com um ato solene no Palácio Real, em Madrid, acompanhados das filhas, Leonor e Sofia, durante o qual vão condecorar 41 cidadãos espanhóis considerados um exemplo para a sociedade.
Felipe Juan Pablo Alfonso de Todos os Santos de Borbón e Grécia foi proclamado Rei em 19 de junho de 2014 depois de o pai, Juan Carlos, ter abdicado do trono perseguido por vários escândalos pessoais que levaram dois terços dos espanhóis a desaprovar o seu comportamento como Chefe de Estado.
Os espanhóis não perdoaram o último escândalo de Juan Carlos que, no meio de uma situação económica difícil, em 2012, fez uma viagem a África para caçar elefantes, sendo ele próprio presidente de honra da organização ambiental WWF.
Quando se dirigiu aos espanhóis logo no início do seu mandato Felipe VI anunciou “uma monarquia renovada para um tempo novo” e rapidamente tomou medidas nesse sentido, como a auditoria externa às contas da Casa Real e a proibição da família real de receber presentes que comprometam a dignidade das suas funções, empréstimos sem pagar juros ou serviços em condições vantajosas.
Também no início do seu reinado, Felipe VI não teve dúvidas em retirar à sua irmã, infanta Cristina, o título de Duquesa de Palma pelo seu alegado envolvimento num caso de corrupção e ainda sem saber o resultado da investigação.
Entretanto, a justiça espanhola absolveu a infanta da suspeita de evasão fiscal nesse caso, mas condenou o seu marido a seis anos e três meses de prisão por fraude e desvio de dinheiros públicos.
O maior desafio que Felipe VI teve de enfrentar até agora foi o da tentativa de independência da Catalunha, uma das Comunidades Autónomas espanholas com um forte movimento nacionalista que defende a criação de uma República separada de Espanha.
A mensagem televisiva sem precedente com que se dirigiu, com firmeza, aos espanhóis a 03 de outubro de 2017, dois dias depois da realização de um referendo de autodeterminação da Catalunha considerado ilegal por Madrid, foi muito provavelmente o momento mais delicado do seu reinado.
Nessa intervenção, Felipe VI acusou “determinadas autoridades” da Catalunha de “deslealdade” institucional e de terem uma “conduta irresponsável”, totalmente à margem do direito e da democracia.
Segundo uma sondagem publicada hoje pelo site Vanitatis que pertence ao El Confidencial, 67,3% dos espanhóis aprova a forma como Felipe VI tem reinado, havendo 50,8% dos inquiridos que se declara monárquico, enquanto 46,1% prefere a República.
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