A quarentena implementada a partir de hoje vai ser analisada pelas autoridades britânicas de três em três semanas e tem como alvo os viajantes que entrem no país, residentes ou não no Reino Unido.
O país regista o segundo balanço mais elevado de mortes pela doença, a nível global, a seguir aos Estados Unidos.
Segundo as autoridades, a medida pretende evitar a importação de novos casos de covid-19, numa altura em que as restrições começam a ser levantadas.
"Vamos introduzir a quarentena porque o número de infeções diminuiu no Reino Unido, mas a proporção de infeções provenientes do estrangeiro aumentou", disse o ministro da Saúde, Matt Hancock, à estação de televisão Sky News.
"Na verdade, espero que as pessoas possam usar um avião para irem de férias no verão, mas nós devemos começar a adotar medidas prudentes", acrescentou.
Controlos aleatórios serão realizados e os infratores serão sujeitos a multas de até 1.000 libras (1.122 euros).
Estão previstas exceções para transportadores rodoviários, profissionais de saúde, colhedores de fruta e viajantes provenientes da Irlanda.
A medida está a ser contestada pelo setor do turismo e da aviação.
As companhias aéreas British Airways, EasyJet e Ryanair pediram no domingo ao Governo que renuncie a esta "quarentena ineficaz que terá um efeito devastador no turismo britânico e destruirá (...) milhares de empregos".
O governo de Boris Johnson pondera instaurar pontes aéreas com alguns destinos turísticos, o que permitiria contornar a quarentena.
Portugal já anunciou estar em conversações com o Reino Unido para estabelecer uma “ponte aérea” que permita aos turistas britânicos evitar a quarentena imposta no regresso ao seu país.
Segundo o Sunday Times, o primeiro-ministro britânico pediu ao ministro dos Transporte que encontre uma solução antes de junho.
O Reino Unido regista 40.542 mortos de pessoas infetadas com o novo coronavírus – e ultrapassa os 48.000 se se incluírem os casos suspeitos -, em cerca de 287.000 contaminações, segundo o último balanço, feito no domingo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 402 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito hoje pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (mais de 110 mil) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,9 milhões).
Seguem-se o Reino Unido (40.542 mortos, mais de 286 mil casos), o Brasil (37.312 mortes, mais de 685 mil casos), Itália (33.899 mortos, quase 235 mil casos), França (29.155 mortos, quase 191 mil casos) e Espanha (27.135 mortos, mais de 241 mil casos).
A Rússia, que contabiliza 5.859 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e do Brasil, com mais de 458 mil.
[Notícia atualizada às 11h49]
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