Os trabalhos decorrem “com a presença e contribuição de leigos, para que seja uma mais fiel imagem da Igreja e uma mais autêntica experiência de vivência eclesial”, escreve o padre Carlos Cabecinhas no editorial de outubro do jornal Voz da Fátima, órgão oficial do santuário.
“Somos convidados a acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos sinodais e, sobretudo, a rezar pelos trabalhos da Assembleia Geral do Sínodo”, acrescentou o reitor, segundo o qual, no Santuário de Fátima “a oração pelo Sínodo está presente em todas as missas deste mês de outubro”.
Para Carlos Cabecinhas, é importante haver a consciência de que “esta Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos não significa a conclusão da dinâmica sinodal a que o Papa Francisco nos desafia”.
“Se a sinodalidade é uma forma de ser Igreja, porque não somos cristãos sozinhos, isolados, mas em comunidade eclesial, continuaremos a caminhar juntos e a edificar juntos a Igreja, também depois de concluída esta assembleia sinodal, na implementação deste novo estilo de vivência eclesial que valoriza a participação de todos”, defendeu o reitor no texto hoje publicado.
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos decorre até 29 de outubro, com o tema “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão”, tendo o Papa Francisco decidido que a mesma terá uma segunda etapa, em outubro de 2024.
O encontro tem 365 votantes — 54 mulheres — a quem se somam, sem direito a voto, 12 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.
Outras 57 pessoas, entre elas 20 mulheres, vão participar como peritos, sem direito a voto.
Na abertura do Sínodo, no dia 4 de outubro, o Papa Francisco repetiu a mensagem deixada na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, dizendo que a Igreja Católica deve ser um lugar de acolhimento para “todos, todos, todos”.
Francisco sublinhou que a Igreja deve evitar “cair em algumas tentações perigosas: a de ser rígida, uma alfândega, que se encolhe contra o mundo e olha para o passado; a de ser uma Igreja morna, que se rende às modas do mundo; a de ser uma Igreja cansada, fechada em si mesma”.
“A principal tarefa do Sínodo” deve ser “voltar a colocar Deus no centro do nosso olhar, ser uma Igreja que vê a humanidade com misericórdia”, disse, defendendo uma estrutura “que tem Deus no centro e que, por isso, não cria divisões no interior, nem é dura no exterior”.
A reunião de três semanas foi antecedida por críticas e avisos de riscos de divisão por parte de conservadores e expectativas dos movimentos progressistas católicos, que reclamam mais poder para leigos e mulheres na Igreja.
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