Em entrevista à CNN, Relvas foi questionado sobre quem será o melhor líder para suceder a Rui Rio, mas escusou-se a apontar um nome, considerando que “neste momento é mais importante a definição da estratégia e do posicionamento do partido”.
Instado a comentar a possibilidade de uma candidatura do eurodeputado Paulo Rangel, o antigo secretário-geral do PSD juntou a este os outros nomes mais apontados para a futura disputa de liderança.
“Paulo Rangel, como Luís Montenegro, como Miguel Pinto Luz, que são os nomes que têm sido falados, e Jorge Moreira da Silva, têm de criar condições – aquele que for líder – para que os outros estejam na mesma equipa”, afirmou, dizendo que também o atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, deve integrar a futura direção do partido.
Ainda assim, o antigo dirigente apontou Miguel Pinto Luz – que apoiou nas diretas de 2020 – como o militante que, no último congresso do partido em dezembro, “teve a coragem de ir pôr o dedo na ferida, disse a verdade e o partido não quis ver essa realidade”, criticando o posicionamento ao centro que Rui Rio imprimiu ao partido.
“Agora é o momento, sem haver mais exclusões. Não há necessidade de haver noites de facas longas, nem ajustes de contas”, defendeu Relvas.
Questionado se o próximo líder do PSD poderá ser apenas de transição, respondeu: “Os líderes são um pouco como os melões, só depois de abertos”.
Sobre o calendário da escolha do próximo presidente do PSD, depois de Rui Rio ter manifestado disponibilidade para se manter no cargo no máximo até ao início de julho, Miguel Relvas manifestou-se contra um processo tão longo.
“O PSD precisa de, o mais rapidamente possível, se afirmar como alternativa”, afirmou, dizendo esperar que esse calendário interno seja definido no Conselho Nacional de 19 de fevereiro, e que ficou provado na última crise interna que “em 30 dias” é possível marcar diretas e Congresso.
Questionado se este seria um momento “de emergência” que exigiria o regresso de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas considerou que o antigo primeiro-ministro “não tem nenhuma obrigação moral” de regressar, embora afirmando que o apoiaria em qualquer circunstância se o decidisse fazer.
Na entrevista à CNN, Miguel Relvas disse estar “muito preocupado” com a qualidade do grupo parlamentar do PSD, defendeu que o Chega como terceiro partido “deve ter” um vice-presidente do parlamento e sugeriu que o prolongar da liderança de Rui Rio poderia estar ligado a um eventual entendimento com o PS em matéria de regionalização.
Nas últimas diretas do PSD, Miguel Relvas apoiou Paulo Rangel, que foi derrotado em 27 de novembro por Rui Rio, por 52,4% dos votos.
Nas anteriores eleições internas, disputadas em janeiro de 2020, o antigo dirigente do PSD manifestou apoio a Miguel Pinto Luz, que conseguiu cerca de 9,5% na primeira volta, e na segunda volta a Luís Montenegro, que Rio venceu por cerca de 53% dos votos.
Na semana passada, o presidente do PSD, Rui Rio, confirmou que irá deixar a liderança do partido na sequência dos resultados nas legislativas de 30 de janeiro, em que o partido ficou abaixo dos 30% e terá menos deputados do que em 2019, tendo o PS conquistado a maioria absoluta.
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