Em comunicado, a Resende referiu que um dos oito autocarros já esta a operar, desde a semana passada, na linha 104 que liga Lavra, em Matosinhos, ao centro do Porto.
Os novos autocarros “dispõem das melhores condições operacionais para oferecer aos utentes”, desde a ausência de degraus à existência de ar condicionado, refere a empresa na nota onde acrescenta que as novas características dos veículos visam fomentar “a melhoria da frota” e ir “de encontro quer à vontade da empresa, quer às exigências dos utentes”, salientou.
Em julho, o Conselho Metropolitano do Porto (CmP) aprovou, por unanimidade, a proposta do presidente da Câmara de Matosinhos para antecipar o concurso público da nova concessão dos transportes públicos no concelho, devido aos problemas com esta operadora.
Na reunião do CmP, os presidentes de câmara concordaram em “mandatar a Comissão Executiva para avançar com o concurso” relativo a Matosinhos, onde a concessão da Resende terminaria “no fim de 2017”, depois de se terem registado vários acidentes envolvendo viaturas da operadora, um deles com uma vítima mortal.
“Seria, no mínimo, inconsciente não fazer nada”, vincou o autarca de Matosinhos, Eduardo Pinheiro, esclarecendo que a Resende “não será excluída” do novo procedimento, mas que o mesmo “tem de ter um caderno de encargos bem definido e condições bem delimitadas para casos de incumprimento”.
O “investimento insuficiente” na substituição, conservação e manutenção de viaturas e os “dados alarmantes” do relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), na sequência da solicitação feita pela câmara após um acidente mortal ocorrido em outubro último com uma viatura daquela empresa, levaram ainda a autarquia e a Área Metropolitana do Porto (AMP) a declararem “tolerância zero” relativamente a quaisquer acontecimentos e incidentes que radiquem em questões operacionais da empresa.
A AMT alertou que iria monitorizar as recomendações feitas à operadora de transportes Resende, no âmbito de uma auditoria que demonstrou ter havido um aumento de sinistralidade na ordem dos 33%.
O relatório dava nota de que houve um "aumento na sinistralidade de 2016 face a 2015, da ordem de 33%", ainda que aponte que os "acidentes não se encontram classificados por gravidade", sendo a principal causa apontada "a elevada taxa de rotatividade da categoria de motoristas".
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