Os socialistas, pela voz da vereadora Sílvia Sousa, manifestaram-se “absolutamente a favor” da obra, designadamente por ser uma solução para um edifício em deterioração, mas criticaram a “falta de clareza e de precisão” do caderno de encargos.
A obra, sublinharam, acabou por ser adjudicada à proposta mais cara.
O presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que se trata de um “projeto emblemático”, com um investimento “muito volumoso” e que reserva mais de 1.200 metros quadrados para um espaço de uso complementar para fins culturais.
Disse ainda que as propostas careceram da validação do enquadramento patrimonial por parte das entidades nacionais que tutelam o património, face à classificação da antiga Confiança.
O prazo de execução da obra é de 400 dias, incluindo a elaboração do projeto e a execução da obra.
A residência terá mais de 750 camas a custos controlados e, segundo o município, apresenta-se como “um projeto de referência para o futuro do concelho”, que dará resposta às necessidades dos estudantes universitários.
“Paralelamente, a intervenção vai garantir a salvaguarda da dimensão patrimonial do edifício e criar novas dinâmicas de interação com a zona envolvente”, acrescenta.
Além da residência universitária, o projeto prevê a criação de um espaço de uso complementar para fins culturais, com uma área de cerca de 1.200 metros quadrados.
Terá ainda espaços museológicos e de venda de produtos da antiga Fábrica Confiança.
O projeto resulta de uma candidatura ao Programa de Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis, em resposta a um aviso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A futura residência será gerida pela Universidade do Minho.
A fábrica Confiança foi inaugurada em 1921, tendo produzido perfumes e sabonetes até 2005.
Em 2012, foi adquirida pela Câmara de Braga, então presidida pelo socialista Mesquita Machado, por 3,6 milhões de euros.
Chegou a ser aberto um concurso de ideias para o edifício, mas em 2013 a câmara mudou de mãos e em setembro de 2018 a nova maioria PSD/CDS-PP votou pela venda, alegando que, por falta de fundos disponíveis para a reabilitação, o edifício se apresentava em “estado de degradação visível e progressiva”.
A câmara promoveu duas hastas públicas para tentar alienar o imóvel, pelo preço base de 3,6 milhões de euros, mas não apareceu nenhum interessado.
Por isso, a câmara optou pela transformação do edifício em residência universitária, aproveitando os fundos do PRR.
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