"Decorreu durante esta manhã na Câmara Municipal de Lisboa (CML) uma reunião de trabalho para avaliar opções relacionadas com os locais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023", é referido num comunicado conjunto.
Segundo a nota, "estiveram presentes o senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas; o senhor Bispo Auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar; o senhor vice-presidente da CML, Filipe Anacoreta Correia; o presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana, António Lamas; responsáveis da empresa Mota Engil e diversos elementos das respetivas equipas de projeto da CML e Fundação JMJ Lisboa 2023".
A reunião começou por volta das 09:00 e terminou cerca das 12:00, sem a participação do Governo, nomeadamente do coordenador do grupo de projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, que não foi convocado.
É ainda referido que "este foi mais um encontro de trabalho, na sequência de muitos outros, que têm decorrido desde o final da passada semana".
Neste sentido, "as equipas técnicas vão continuar a trabalhar de forma empenhada para que no mais curto espaço de tempo seja possível apresentar novas soluções na sequência dos apelos do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do senhor Bispo Auxiliar de Lisboa".
"Damos nota de que este encontro decorreu num ambiente muito positivo, construtivo e de grande disponibilidade de todas as partes presentes na procura de soluções alternativas para o grande desafio que representa a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023", pode ler-se ainda no comunicado.
Apesar de os jornalistas estarem à entrada dos Paços do Concelho de Lisboa durante toda a amanhã, nenhum dos presentes na reunião passaram pela porta principal do edifício, tendo o final do encontro sido confirmado pelo gabinete do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD).
Fonte do gabinete do presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que estiveram em análise “várias questões” sobre a preparação da JMJ, inclusive a construção do palco-altar no Parque Tejo, obra que “foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)" à empresa Mota-Engil.
A realização da reunião de hoje foi anunciada na noite de quarta-feira pelo bispo D. Américo Aguiar, no programa “Grande Entrevista”, na RTP3, referindo que em cima da mesa iria estar o valor e a dimensão do palco que vai ser construído no Parque Tejo e adiantando que tudo o que não for essencial vai ser eliminado do projeto.
“Vamos pedir aos técnicos que cortem tudo o que não é essencial” para a segurança e para o que é necessário para o evento, que, frisou, é o maior alguma vez feito em Portugal, envolvendo um terreno equivalente a 10 campos de futebol e que por isso o palco tem de ser mais alto.
O responsável disse que a Igreja nunca impôs nenhum palco mas salientou que é necessário um palco com visibilidade e que nele caibam pessoas a concelebrar, o coro, os jovens e convidados.
Os custos da JMJ têm estado em destaque depois de ser conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas), a cargo do município da capital, foi adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.
Além deste palco está previsto outro no Parque Eduardo VII, em Lisboa, com um custo até dois milhões de euros.
O bispo disse que esse palco está a ser estudado, que o que foi divulgado está em fase de estudos, que se está a trabalhar para um palco “o mais minimalista possível” e que nos próximos dias haverá uma decisão.
A JMJ tem um custo de quase 160 milhões de euros mas o bispo auxiliar disse na entrevista acreditar que esse valor não vai ser atingido. O orçamento da Fundação da JMJ ronda os 80 milhões de euros, 30 milhões deles para alimentação, explicou.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O Papa Francisco estará em Lisboa para participar na JMJ.
* Com Lusa
Comentários