Em entrevista à Lusa, no ano em que a Adega Mayor cumpre 15 anos de existência, a empresária Rita Nabeiro elenca as áreas que considera críticas em termos de planeamento, nomeadamente no interior, quando questionada sobre se há alguma medida que gostasse de ver no setor no próximo Orçamento do Estado.
"Há áreas que são críticas e, sendo nós uma empresa que está sediada no centro da Península Ibérica, no interior de Portugal, as da educação, da saúde" são importantes como também "a parte de infraestruturas", salienta.
Aliás, "fala-se muito dos aviões, mas era necessário haver a parte ferroviária, porque isso vai ajudar toda a parte do interior" do país, defende.
Quando se olha para a "atração e retenção de pessoas que querem trabalhar no interior não podemos ter uma perspetiva muito isolada, temos de perceber que quem vai para o interior e quer viver no interior vai querer ter uma educação de qualidade para os filhos, vai querer ter uma saúde de qualidade" e "vai eventualmente querer ter essa mobilidade", prossegue a empresária.
Ora, "se não investirmos mais naquilo que são projetos mais de longo prazo estamos outra vez mais a adiar - o que semeamos hoje pode amanhã dar mais frutos", sublinha Rita Nabeiro.
A empresária defende também a importância do tema da sustentabilidade, em particular no setor agrícola, como também das questões hídricas e de planeamento do território.
"Mais do que dizer uma medida específica, de baixa de impostos, que obviamente é uma carga pesada que as empresas têm" como também "os contribuintes a nível individual, queremos é, se esse peso existir, que pelo menos consigamos um outro de tipo de recursos e infraestruturas de qualidade e ver o nosso dinheiro, de facto, bem aplicado, e com obra realizada", argumenta.
Puxando para o lado do interior de Portugal, "é importante planearmos esse futuro", reforça.
"Se não fizermos agora, uma vez mais vamos estar a adiar o que poderia ser aquele Portugal que nós, de alguma maneira, estamos sempre a falar e que ainda não estamos lá", considera Rita Nabeiro, que acredita que "há uma oportunidade agora para dar a volta".
Comentários