Durante o encontro anual de avaliação da atividade das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), que começou hoje na Covilhã, e se prolonga por três dias, Rosário Farmhouse considerou que teria condições para continuar no cargo.
“Teria [condições para continuar], creio que sim, mas, depois de sete anos, acho que é importante uma mudança”, disse a responsável, em declarações aos jornalistas.
Segundo Rosário Farmhouse, já na presença da secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, a sua saída não está relacionada com a mudança de Governo.
“Nada tem que ver com mudanças governamentais. Tem que ver com uma decisão minha”, clarificou.
A presidente da CNPDPCJ alertou que não se deve “deitar tudo a perder” alterando o sistema existente e recomendou que ele seja melhorado para dar uma melhor resposta.
Rosário Farmhouse referiu que tem havido na comunidade a ideia de que tem de ser criado um novo sistema, porque este é ineficaz, mas frisou que o modelo português é dos mais reconhecidos internacionalmente e que importa pô-lo a funcionar na plenitude e só depois fazer essa avaliação.
“Ainda não sabemos se funciona, porque ainda não o pusemos em prática a 100%. Quando estiver em prática a 100%, se não funcionar, faz-se um novo. Não estando em prática a 100%, temos de ir afinando, ir melhorando, há muito a melhorar, mas não deitar tudo a perder, porque às vezes desvalorizamos o que temos”, salientou a presidente da CNPDPCJ.
Segundo Rosário Farmhouse, os outros países acham o sistema português “maravilhoso”, mas os portugueses são “os únicos a achar que temos de encontrar outra solução”.
A responsável admitiu que “algumas comissões estão deficitárias” no que toda a recursos humanos e afirmou estarem a ser feitos esforços, que envolvem vários ministérios, “para que a lei possa ser cumprida” e no próximo ano a afetação de recursos seja mais robusta.
“Em algumas áreas do Estado não temos recursos suficientes e tem havido essa dificuldade”, reconheceu Rosário Farmhouse, que aludiu às comissões “de grande volume”.
A presidente do organismo que tutela as CPCJ acrescentou que essa tem sido uma preocupação e que “é uma das frustrações” com que termina o mandato.
Comentários