O Município do Porto apresentou hoje, na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Freixo, o primeiro projeto de limpeza de espaço público da região norte, com recurso a água para reutilizar (ApR), numa cerimónia em que esteve presente o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.
A solução, que conta com a colaboração da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), foi desenvolvida pela Águas e Energia do Porto e “é constituída por um sistema modular dotado de membranas internas submersas, com a tecnologia IPC (Internal Permeate Channel), implementada de forma complementar aos reatores biológicos”, refere a informação distribuída.
A Águas e Energia do Porto “produz cerca de 40 mil litros hora, o que representa um milhão de litros por dia (1000m3/dia) de água para reutilização. Todo o processo é alvo de monitorização constante e segue todas as especificações técnicas ditadas pela APA, assegurando que não existem riscos para a saúde pública no contacto direto com a água”, lê-se ainda.
O vice-presidente da autarquia, Filipe Araújo avançou estar já a câmara “a trabalhar com outro tipo de utilizações para essa água, e a rega é uma delas”.
“Temos espaços pertencentes à Câmara do Porto junto à ETAR onde queremos ligar esses sistemas de rega a esta utilização. Isso será [feito a] breve trecho”, disse.
E prosseguiu: “estamos também a trabalhar, numa perspetiva de cidade, a ver quais são os outros possíveis utilizadores e aqui a abrir a privados, nomeadamente para quem utiliza a água para rega (…) e que tem o nível A, de excelência para ser reutilizada”.
Neste contexto, o autarca informou que “a partir hoje, todos os sistemas para lavagem de rua passam a abastecer-se na ETAR”, assegurando “não estar previsto o uso dessa água para consumo”.
A água reutilizada, garantiu, “será vendida [a potenciais interessados privados] a um tarifário mais baixo que o atual”.
Na sua intervenção, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, afirmou ser hoje “um dia muito importante, marcante, com a Câmara do Porto a antecipar-se e a mostrar capacidade para olhar para o futuro”.
O governante destacou ainda que “a capacidade” de “adaptação para aproveitar os recursos existentes é essencial” e que quanto mais cedo começarem a surgir “estes investimentos mais facilmente se conseguirá convencer o resto da comunidade e ter a água disponível a preços acessíveis”.
Na nota de imprensa, a autarquia explica que “a água reutilizada de classe A apresenta um grau de qualidade elevado, o que possibilita a sua aplicação em usos não potáveis, que envolvam potencial acesso público e/ou contacto direto”.
Nesse sentido, a água produzida na primeira unidade de ApR do Município do Porto pode ser utilizada para variados fins, como atividades recreativas, lavagem de equipamentos ou veículos automóveis, controlo de poeiras e manutenção de caudal ecológico, em ambiente urbano – desde que não haja captação para consumo humano a jusante, enchimento de autoclismos, água de combate a incêndios e rega com água de classe A”, lê-se ainda.
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