"A bipolarização quase dizimou o parlamento na Madeira. Dois partidos obtiveram juntos quase 85% dos votos. Nunca assisti a nada assim. A exceção foi o CDS". O líder do CDS-PP na Madeira resumiu assim os resultados da noite eleitoral da Madeira.
Rui Barreto não perdeu a oportunidade de relembrar que, face aos resultados alcançados, "para formar um governo de maioria absoluta é preciso falar com o CDS".
"O CDS tem ideias e apresentou um programa e não abdicarei deles", afirmou, frisando que o partido não vai para o governo "a qualquer custo" e que o programa centrista é o "guião e o caderno de encargos".
Foi um líder centrista visivelmente feliz, e rodeado de uma equipa em tom de vitória, que repetiu a evidência que os números mostram: "não há governo de maioria absoluta sem o CDS".
Rui Barreto falava na sede do CDS-PP/Madeira, no Funchal, após serem conhecidos os resultados finais das eleições do arquipélago, que dão a vitória ao PSD com 39,42% dos votos e 21 dos 47 deputados, o que não é suficiente para manter a maioria absoluta.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados, e o CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo Juntos Pelo Povo (JPP), com 5,47% e também três parlamentares.
A CDU conquistou um assento na assembleia legislativa.
Debaixo de gritos e cânticos dos seus apoiantes na sede, o candidato centrista repetiu aos jornalistas que o “centro-direita vale mais do que a esquerda na região” e que essa “é a leitura” que se pode fazer destes resultados.
O cabeça de lista avisou ainda que, “se é para tudo ficar igual, não contem com o CDS” e elencou algumas questões que pretende ver resolvidas, como a reformulação do sistema de saúde, a melhoria da competitividade e a redução dos custos de mercadorias para a região, a conquista de um terceiro operador aéreo, a defesa dos produtos regionais e agrícolas e maior investimento nos canais de água para agricultores.
Rui Barreto deixou ‘a bola’ do lado do PSD, afirmando que “quem vence é que tem de conversar para formar uma maioria absoluta”.
“O PSD, se quiser, pode governar com uma maioria relativa. Essa possibilidade existe”, disse.
Questionado sobre se não é um contrassenso pedir durante toda a campanha o fim da maioria absoluta do PSD e agora estar a permitir que os social-democratas a mantenham, o candidato rejeitou a ideia.
“Não há contrassenso. As pessoas decidiram não colocar os ovos todos no mesmo cesto e fizeram bem porque o poder quando está concentrado cria vícios, cria prepotência e cria arrogância e as pessoas estavam fartas disso”, afirmou.
Visivelmente feliz, o cabeça de lista agradeceu ainda “do fundo do meu coração” aos mais de oito mil madeirenses que votaram no CDS e cumprimentou “o vencedor das eleições, que foi o PSD e o dr. Miguel Albuquerque”.
Na lista de agradecimentos constaram ainda as estruturas do CDS, todos os militantes e todos os funcionários.
No final, todas as pessoas que estavam na sede do CDS-PP/Madeira agarraram em bandeiras do partido e foram para a rua festejar.
"CDS, olé", "Rui Barreto, olé" e "Viva" eram alguns dos cânticos que se podiam ouvir.
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