“Há aqui uma renovação, é justamente a capacidade de sabermos equilibrar a experiência e o saber e a ponderação com aquilo que é a vontade e dinâmica própria de quem é mais jovem. Eu acho que uma sociedade se constrói com estes dois fatores”, afirmou Rui Rio, questionado se o facto de ter muitos antigos ministros da década de 1980 não prejudica a capacidade de renovação deste órgão.
O Conselho Estratégico Nacional é presidido pelo vice-presidente do partido David Justino e reúne os coordenadores e porta-vozes do PSD em 16 áreas temáticas, que falarão em nome do partido tendo por missão preparar o programa eleitoral para 2019.
Segundo Rui Rio, não há um prazo estipulado para a conclusão do programa eleitoral para as eleições previstas para o outono do próximo ano.
“Não prevejo que existam eleições antecipadas. Se fossem, teríamos de conjugar o ‘timing’ com essa antecipação”, afirmou Rio, que se escusou a responder a perguntas sobre o Programa de Estabilidade que deverá ser conhecido na sexta-feira.
Para Rui Rio, a grande novidade deste órgão será o futuro desdobramento regional das 16 secções temáticas, integrando “centenas de pessoas” por todo o país, e frisou que esta não é uma missão “para o presidente do partido sozinho”.
“Isto só funcionará de acordo com a dinâmica de cada uma das distritais”, aponta, exemplificando que, se ninguém espera que exista em Bragança uma secção de defesa ou relações externas, será desejável que possa existir uma ligada à agricultura.
Quanto à futura inclusão das novas funções do CEN nos estatutos, Rio admite que seria desejável, mas considera que, se não for possível na revisão estatutária em curso, não será por isso que politicamente este órgão não terá sucesso.
“Se isto for um êxito, os outros partidos não têm remédio senão fazer coisa parecida, se não ficam para trás”, alertou.
Questionado se sentiu dificuldades em reunir os nomes para este órgão – 16 porta-vozes e 16 coordenadores -, que já tinha anunciado há mais de um mês, o presidente do PSD admitiu que “hoje em dia não é fácil” conseguir encontrar personalidades distribuídas pelo país que consigam conjugar “experiência com juventude e disponíveis para dar a cara pela vida pública”.
Sobre o funcionamento prático do novo CEN, Rui Rio afirmou que o maior entrosamento terá de ser entre o coordenador nacional e as distritais de cada área temática, bem como entre a cúpula deste órgão e o presidente do partido.
A missão deste órgão será tanto de acompanhar a atualidade como produzir reflexão do ponto de vista estrutural, como produzir iniciativas legislativas ou participar, em nome do partido, em conferências ou debates.
“Não conflitua com atividade do grupo parlamentar, junto destes coordenadores e porta-vozes haverá uma pequena equipa onde obrigatoriamente haverá um elemento do grupo parlamentar”, acentua.
Sobre a orgânica que escolheu, Rio recusa que seria necessariamente a de um futuro Governo que liderasse, voltando a salientar que este Conselho Estratégico Nacional não é um governo-sombra do PSD.
“O que se pretende é um novo espaço de militância do partido em Portugal”, disse.
Seis ex-ministros, três deputados, nove mulheres e oito independentes integram o Conselho Estratégico Nacional do PSD hoje apresentados pelo presidente Rui Rio, que terá a sua primeira reunião em 21 de abril em Coimbra.
Arlindo Cunha, Silva Peneda, Luís Filipe Pereira, Ângelo Correia, David Justino e Maria da Graça Carvalho são os antigos ministros de Francisco Pinto Balsemão, Cavaco Silva e Durão Barroso que integram este órgão como coordenadores de algumas das 16 secções temáticas deste órgão.
Os independentes escolhidos por Rui Rio para o CEN são: Diana Soller, José Manuel Moura, Rui Vinhas da Silva, Joaquim Sarmento, Licínio Lopes Martins, Mónica Quintela, Regina Salvador, Ana Isabel Miranda.
De acordo com Rui Rio, a média de idades entre os coordenadores é de 60 anos e nos porta-vozes de 45.
Do grupo parlamentar, integram a cúpula nacional do CEN três deputados: José Matos Correia como coordenador e Ricardo Baptista Leite e Cristóvão Norte como porta-vozes.
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